domingo, 15 de agosto de 2021

LISBOA: NOITE DE REENCONTROS!!!

Por: Catarina Bexiga
Finalmente… esta Quinta-feira houve toiros em Lisboa!!! Depois de restrições e mais restrições, datas adiadas e expectativas goradas; tudo parece agora tomar o seu caminho natural… Mas a noite de 5 de Agosto foi superior ao que se passou na arena do Campo Pequeno; pois resultou numa noite de reencontros… o principal – e mais importante neste momento em que oscilamos entre a sobrevivência e a resistência – o reencontro da afición com a "sua" Monumental do Campo Pequeno. Uma história com mais de 125 anos, que muitos querem apagar, mas que dificilmente conseguirão!
Todos cinqueños e quase a completar 6 anos de idade (situação que deve acontecer mais vezes durante a presente temporada, devido aos toiros que ficaram no campo), o curro de Canas Vigouroux saiu díspar de apresentação, rematado de carnes e com média de 600 Kg de peso. De comportamento sobressaiu o terceiro da noite, um toiro diferente a todos os níveis e com mais classe nas investidas. O primeiro “Canas” não teve fijeza e esperou muito no momento do ferro; na minha opinião o segundo não terminou de se definir; o quarto saiu reservado e reservado permaneceu; o quinto foi manso, pareceu mal-visto, desinteressado e acabou em tábuas; e o sexto também não teve fijeza e pouco empurrou. Como denominador comum, quase todos rasparam, embora para muitos adeptos dos “novos conceitos”, já não seja um defeito…
Do cartel, destaco uma actuação de cada cavaleiro.
A abrir, António Ribeiro Telles veio de mais a menos. Começou com duas tiras relevantes, mas acabou sem história. Contudo, no quarto da noite, montado no “Alcochete”, a serie de curtos teve eco. O toiro saiu reservado e obrigou o cavaleiro a expor-se muito. Houve mérito nos terrenos que pisou e mérito nos resultados que alcançou.
De Marcos Tenório fico com a primeira actuação. Principalmente, porque tentou dar importância ao que fez. Com o “Danone”, o segundo comprido marcou a diferença, pois o toiro parou a meio do caminho, tendo o cavaleiro aguentado com valor e concretizado com poderio. Levou as boas-intenções até ao fim. A segunda actuação, foi mais barulhenta e mais enganosa. Um conceito oposto ao praticando no primeiro do seu lote. Nitidamente, querer agradar a “gregos e troianos”.
Também de Francisco Palha fico com a primeira actuação. Todavia, disposição não faltou em ambos, tendo recebido os seus dois toiros com duas sortes de gaiola. Na primeira actuação, procurou realizar um toureio sério, sobretudo de ataque, pois quando o toiro não investiu, investiu ele. Montado no “Roncalito”, cravou quatro curtos com impacto. A encerrar a noite, o ferro mais convincente foi o último da actuação.
A data de 5 de Agosto também foi de pegas importantes. Pelos Amadores de Lisboa pegaram Vitor Epifanio à primeira tentativa, enquanto João Varandas e Duarte Mira foram autores de duas grandes pegas também ao primeiro intento. Pelos Amadores de Coruche concretizaram António Tomás à primeira, Miguel Raposo à segunda e João Prates enorme, também à primeira.
Em suma, uma noite de reencontros e com um significado especial!
Foto: Pedro Batalha

 

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