segunda-feira, 11 de abril de 2022

ALMEIRIM: O "SOL" DA NORMALIDADE E DA ESPERANÇA!

Por: Catarina Bexiga


Manda, quem pode! Sempre foi assim. E no toureio não é excepção. Todos sabemos, que pelo estatuto que conquistou, Pablo Hermoso de Mendoza só toureia o que quer e o que, do seu ponto de vista, mais garantias lhe oferece para que possa praticar o seu toureio. Faz Pablo e fazem todos os que podem! Mesmo que isso coloque em causa a sobrevivência do espetáculo, por excessiva aposta no mesmo encaste, como aconteceu na nossa vizinha Espanha, com as Corridas de Rejones, que têm vindo a diminuir ano após ano. Por cá, quando Pablo toureia já sabemos ao que vamos... Os toiros de Francisco Romão Tenório saíram dispares de apresentação: dentro do mesmo tipo (e bonitos) os dois primeiros, mais pequenote o terceiro, bizco o quatro e basto o quinto. Todavia, desta vez, a aposta não favoreceu o de Navarra. Embora distintos de comportamento, os seus toiros apresentaram mais complicações que o previsto. No entanto, a sua classe, a sua equitação e o seu conceito fazem dele, sobretudo para os amantes do cavalo, um fora de serie. Em ambos do lote (no primeiro com o "Disparate" e no segundo com o "Berlim", viu-se disposto a contornar os problemas e a dar ao seu público o que ele gosta de ver.

Com o melhor e o pior de Romão Tenório, o cavaleiro Luís Rouxinol andou em plano profissional; todavia, mais "confortável" com as investidas do seu primeiro, um toiro com nobreza, mobilidade e cadência. De longe, o toiro com mais qualidade da tarde. O de Pegões sacou o "Douro" para os ferros curtos, com o decorrer da lide acoplou-se, cada vez mais, às investidas, e o segundo e terceiro curto foram os seus melhores ferros, assim como o par de bandarilhas de nota alta. O seu segundo, revelou comportamento oposto, saiu distraído, sem entrega, de arreões... e montado no "Jamaica", Rouxinol teve que recorrer ao seu oficio para sair por cima.

António Telles filho viu-se, pela primeira vez, "apertado" entre gigantes. É um cavaleiro em crescimento, visivelmente mais cuajado e a caminho da Alternativa. Para além da sua intuição (também ela mais apurada); actualmente, tem um cavalo - o Sherpa - que marca a diferença e que o pode ajudar a escalar rapidamente na profissão. O seu primeiro toiro inicialmente prometeu , mas foi perdendo "gás" com o decorrer da actuação. O segundo e quinto curto foram dois grandes ferros, pelos terrenos que pisou e pela forma como reuniu. Os melhores e mais impactantes da tarde. Dos que fazem acreditar nele! A encerrar, montado no "Alcochete" (da quadra do seu pai) a serie de curtos foi menos convincente.

Pelos Amadores de Montemor-o-Novo pegaram Francisco Borges à primeira tentativa, numa pega tecnicamente perfeita; Vasco Ponce à primeira e José Maria Carvalho também à primeira, com uma grande primeira ajuda. Pelo Aposento da Moira foram solistas Tiago Valério à primeira, com o toiro a "furar" o grupo; André Silva à terceira e Diogo Gromicho à primeira.

Finalmente, parece que a normalidade chegou e que a vontade de ir aos toiros (Almeirim encheu!) está renovada em cada aficionado. Que assim seja!

Foto: Arena de Almeirim

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