terça-feira, 11 de abril de 2023

SOUSEL: PRAÇA DE 3.ª COM MOMENTOS DE TOUREIO DE 1.ª

Por: Catarina Bexiga

Cada tarde é uma incógnita e às vezes há surpresas. Da disposição e inspiração dos toureiros depende o que, posteriormente, fica na cabeça do aficionado. Ontem, a simpática pracinha de Sousel encheu de um público descontraído, alegre e ruidoso, que oferece sempre um ambiente sui generis à Segunda-feira de Páscoa. Apesar de tudo, inclusive ser de 3.º categoria, por lá viram-se momentos de toureio de 1ª. E esses merecem ser valorizados e divulgados!

Ana Batista está a passar, novamente, um momento “dulce” na sua carreira. Vê-se moralizada e com argumentos para dar a volta aos toiros. Com o “Pérola”, no primeiro, teve uma actuação segura; e com o “Hermoso”, no segundo, voltou a impactar, pela vibração e verdade que coloca em todos os tempos da sorte.  

Joaquim Brito Paes assinou duas actuações completamente opostas. Com o seu primeiro praticou um toureio indefinido com o “Lume”. E com o seu segundo, com querença na parede, a resposta foi outra, para melhor. Os três ferros a sesgo com o “Neptuno” (pena não rematar por dentro) foram de boa nota.

O praticante Diogo Oliveira aproveitou no verdadeiro sentido da palavra a oportunidade que lhe foi dada em Sousel. A actuação com o seu primeiro toiro é um “caso”. O de Prudêncio teve querença acentuada nos curros. No entanto, montado no “Chapitô”, Diogo entendeu-o superiormente, desvendou-lhe os enigmas, revelando uma capacidade lidadora acima da média. Uma actuação que merece retorno por parte das empresas. Com o segundo, começou de forma mais discreta, mas novamente com o “Chapitô” voltou a entusiasmar.

Os toiros de Prudêncio saíram mansos, a maioria com querenças acentuadas na parede (Sousel não tem callejón). Teve melhor tipo e deu melhor jogo o segundo da tarde.

Pelos Amadores de Coruche pegaram João Formigo e João Canejo, respectivamente à primeira e segunda tentativas. Pelos Amadores de Arronches concretizaram Gonçalo Ludovino e João David Cunha. E pelos Amadores de Monforte foram solistas Gonçalo Moreira e Gonçalo Parreira.

Afinal, às vezes ainda há surpresas!

 

segunda-feira, 3 de abril de 2023

ALMEIRIM: SURPREENDEU ANA BATISTA E CRIOU SURURU MARCOS TENÓRIO!

Por: Catarina Bexiga

Motivação acrescida para todos. Responsabilidade acumulada para os seis cavaleiros e para os seis ganaderos que enviaram os seus toiros a disputar os trofeus bravura e apresentação. Almeirim registou lotação esgotada na sua primeira data da temporada; revelando-se Ana Batista a surpresa (séria) da tarde, e criando sururu Marcos Tenório!

Apadrinhada por Luís Rouxinol, Mara Pimenta tornou-se Cavaleira de Alternativa com o N.º 2, de nome “Tratado”, com 510 Kg, da ganadaria de Passanha; toiro ideal para uma cerimónia importante na vida de qualquer um que sonha com uma carreira nas arenas. Acho que se pode dizer que Mara se sentiu a gosto. Da actuação, a mim, despertou-me o interesse, a preparação do primeiro curto, montada no “Vigário”, recuando ao encontro do toiro, para o deixar em sorte, seguindo-se uma passagem de adorno e um curto de boa nota. Mara sentiu imenso carinho do público da sua terra.

Luís Rouxinol sorteou um toiro de Santa Maria, renitente nas investidas, que acabou por não romper. De saída com a “Libra” marcou pontos; e depois com o “Douro” foi fiel à sua entrega como toureiro, explorando o melhor que o cavalo tem para oferecer.

Da ganadaria de Condessa de Sobral foi o exemplar de Ana Batista; vencedor do prémio bravura, pela sua franca acomotividade e aberta colaboração. A palavra surpresa é a que melhor define a actuação da cavaleira de Salvaterra de Magos. Montada no “Hermoso”, uma novidade na quadra de 2023, Ana despertou de sobremaneira o interesse dos aficionados que estavam sentados nas bancadas. A serie de curtos foi em crescendo. A vibração que transmite e a expressão no momento da reunião, da nova montava, com ferro do rejoneador de Navarra, deixou-me vontade de a rever em breve!

João Moura Jr. teve pela frente um toiro de Prudêncio; vencedor do prémio apresentação, pela sua vincada estampa, todavia, foi sonsote. Montado no “Neco da Hermida”, à actuação de Moura Jr. faltou consistência e definição.

A actuação de Marcos Tenório criou burburinho nas bancadas. O toiro do Eng. Jorge de Carvalho cedo divulgou a sua conduta de manso, ganhando querença junto aos curros. De saída, montado no “Danone”, Marcos esperou pelo toiro “à porta gaiola”, depois depreciou o primeiro comprido, mas valorizou o segundo, um bom ferro. De seguida foi buscar o “Da Vinci” e a sua actuação resumiu-se a dois curtos! Arriscou e não deixou de ter mérito a sua aposta, mas o toureio cambiado tem as suas consequências… O toiro era manso, mas não era “ilidável” e a seguir havia um forcado para o pegar com apenas dois curtos…

Veio a menos o toiro de Varela Crujo toureado por Francisco Palha. Para os curtos recorreu ao “Roncalito” - com o qual ainda procurou agarrar o público com os “ladeios” - e ainda ao “Jaquetón”, mas a actuação nunca ganhou força para levantar voo.

Pelo grupo de Santarém pegaram António Queiroz e Melo à segunda tentativa, de cernelha João Manuel e Francisco Paulos e a encerrar Caetano Gallego à primeira. Pelos Amadores de Coruche concretizaram João Mesquita à segunda, João Prates na pega da tarde à primeira e Tiago Gonçalves também à primeira.

Ambiente e salpicos de interesse não faltaram em Almeirim!

FOTO: PEDRO BATALHA


 

Arquivo do blog