Logo a abrir e quase a fechar. Dois momentos de maior “chama”
marcaram a tarde, de ontem, em Arruda dos Vinhos: A cavaleira Ana Batista, com
o primeiro da tarde, um manso de lei; e o matador Nuno Casquinha, com o sexto,
um bravo, com quatro anos, ferrado com o N.º 62, da ganadaria do Eng.º Jorge de
Carvalho.
Ana Batista provou que com os toiros mansos também se triunfa. Depois
de dois compridos eficazes, com o toiro a evidenciar muito a sua querença em
tábuas, a cavaleira de Salvaterra de Magos “encastou-se”, impondo-se às
adversidades e apoderando-se completamente da situação, montada no “Hermoso” . Com o primeiro curto na mão, “meteu-se com o
toiro”, surpreendeu-o num palmo de terreno, fixou-lhe a atenção; não deixando o
toiro descair novamente para a sua querença e ficando colocado nos médios. O público
reconheceu a disposição da cavaleira e a actuação explodiu. O segredo esteve na
atitude, na ligação e no ritmo. A serie de curto teve o condão de nos alimentar
o entusiasmo.
João Moura Caetano começou com duas tiras poderosas com o “Pidal”.
O toiro do Eng. Jorge de Carvalho teve mais alegria a galopar atrás do cavalo
do que no momento do ferro e não escondeu a sua vontade de procurar os curros.
Porém, montado no conhecido e expressivo “Campo Pequeno”, Moura Ceatano
apresentou argumentos que jogaram a seu favor. O terceiro curto foi o melhor do conjunto.
Ana Rita toureou o “sobrero”(voluntarioso) depois do seu toiro se
ter lesionado no decorrer da lide. Uma cortesia da cavaleira, Câmara Municipal
e Junta de Freguesia, pois o regulamento não o obrigava. A actuação de Ana Rita
pautou-se pela alegria, desenvoltura e dinâmica.
Francisco Núncio teve pela frente um toiro exigente que lhe
comprometeu a actuação. Depois de três tiras correctas; no primeiro curto, o
exemplar do Eng.º Jorge de Carvalho adiantou-se ao cavalo e as dificuldades em
contornar a situação aumentaram e foram evidentes.
Pelos Amadores do Clube Taurino Alenquerense pegaram Rafael Brás e
João Rocha, ambos à primeira tentativa. Pelos Amadores de Arruda dos Vinhos
concretizaram João Costa à segunda e Pedro Belbute também à segunda.
Depois da excelente novilhada que saiu em Março em Vila Franca,
havia expectativas em ver, novamente, toureados a pé, os toiros do Eng. Jorge
de Carvalho. E não gorou as expectativas o sexto da tarde, que tocou a Nuno
Casquinha, um toiro bizco, com tipo de investir. No seu regresso às arenas, Casquinha
teve a sorte do seu lado. De capote recebeu o toiro nos médios com uma
chicuelina que causou burburinho. Depois no tercio de bandarilha o destaque
recaiu no segundo par. O toiro investiu humilhado pelos dois pitóns, teve classe
e aguentou series largas. Mais templado e cuajado, o
vilafranquense construiu uma faena que pôs todos de acordo. No fim, volta para
o toiro e duas voltas à arena de Nuno Casquinha acompanhado pela ganadera
Raquel de Carvalho.
António João Ferreira esbarrou com um animal que não o ajudou.
Todavia, a meio da faena, quando obrigou o toiro a investir e a humilhar,
surgiram dois ou três derechazos que ajudaram a confortar o esforço do matador.
Em suma, uma tarde entretida e com momentos de toureio para
aficionados!
FOTO CEDIDA PELA REVISTA NOVO BURLADERO