domingo, 20 de dezembro de 2020

AS REFERÊNCIAS ESTÃO A DESAPARECER…

 

Por: Catarina Bexiga

A pandemia mudou todas as expectativas e todos os planos que tínhamos para 2020… A temporada resumiu-se a cerca de 40 festejos; e todos os intervenientes directos (e não só!) viram a sua actividade suspensa… sem conhecer o dia de amanhã e sem vislumbrar o futuro… Um ano verdadeiramente cinzento!

Como se não bastasse… 2020 fica marcado pelo falecimento de várias personalidades taurinas, nomes sobejamente conhecidos, que deixam obra... Entre outros, recordo, por exemplo, os matadores de toiros Mário Coelho e Armando Soares; e hoje soube também do desaparecimento do cavaleiro e ganadero José Luís Sommer d’Andrade.

Estes foram testemunhos vivos que tivemos o gosto (e a sorte!) de conhecer ou de ouvir falar; que nos ajudaram a entender outros tempos – muito mais românticos e muito mais puros – que falavam com paixão sobre as suas paixões; que dominavam a história do toureio; que sabiam transmitir os seus pensamentos e defender as suas ideias; que alimentaram tertúlias por horas e horas sem que alguém se cansasse de os ouvir falar…

Como aficionada, sinto que estão a desaparecer as REFERÊNCIAS. Estamos a ficar cada vez mais pobres; cada vez com menos memórias; cada vez com menos pessoas que nos inspirem e que nos motivem; que, inclusive, defendam os valores que ergueram alto o toureio. Quem não teve a possibilidade de os conhecer, aconselho que leiam as entrevistas que os três concederam à revista Novo Burladero:

Mário Coelho, N.º 260, Julho de 2010
J. L. Sommer d’Andrade, N.º 310, Novembro de 2014
Armando Soares, N.º 340, Julho de 2017

Infelizmente, estamos a ficar sem símbolos, sem REFERÊNCIAS… a ponto de ficar à deriva!

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