sexta-feira, 17 de maio de 2019

CAMPO PEQUENO: “MOURINAS” DESPERTARAM A CATEDRAL!






Por: Catarina Bexiga

O Toureio a Cavalo não é uma Arte estática. Desde que não se desvirtue a sua essência, há muita coisa que se pode fazer, muita coisa que se pode criar... E actualmente, mais do que nunca, precisa de improviso, precisa de surpresa, precisa de emoção. João Moura Jr. ressuscitou, ontem, no Campo Pequeno, uma sorte – intitulada “Mourina” – que segundo ele foi criada pelo seu pai nos anos oitenta. Uma a sorte que tem enorme valor e acrescido mérito. Para mim, o momento alto da noite.

O curro de Romão Tenório foi o que se estava à espera. Essencialmente, careceram de raça. Salvou-se o primeiro, de preciosas hechuras; e apesar dos 638 Kg. que acusou na balança, teve mobilidade e investiu com cadência e suavidade.  

A segunda parte da corrida teve mais interesse. Mesmo com um “romãotenório” a contra estilo, Luís Rouxinol esteve convincente no quarto da função, montado no conhecido Douro.  Frente ao primeiro apenas destaco o par de bandarilhas. Pablo Hermoso de Mendoza não deslumbrou com o primeiro do seu lote, mas esteve animoso com segundo, particularmente, pelas capacidades do Disparate. Por outro lado, João Moura Jr. andou mais enraçado e com maior transmissão, do que o habitual, mas foi com o sexto da função que impactou de verdade. Montado no Hostil, os últimos curtos, despertaram a Catedral.

Os homens da jaqueta de ramagens tiveram uma noite discreta. Pelos Amadores de Lisboa pegaram Pedro Gil à segunda tentativa, Duarte Mira à primeira e Vitor Epifânio à segunda. Pelos Amadores de Évora concretizaram João Pedro Oliveira, Dinis Caeiro e António Torres, todos à segunda tentativa.
Valeu a pena esperar pelo último da noite. Acredito que as “Mourinas” podem dar que falar…

Fotos: Maria João Mil Homens

segunda-feira, 13 de maio de 2019

SALVATERRA DE MAGOS: QUANDO O PERIGO SE FAZ RESPEITAR…


Por: Catarina Bexiga

O perigo está sempre presente. Faz parte da Festa dos Toiros. Faz parte de cada espectáculo. É inerente a quem pisa as arenas. E se muitas vezes parece esquecido, outras faz-se respeitar…. A colhida de Francisco Palha em Salvaterra de Magos é exemplo disso. Na minha opinião, a tarde resumiu-se a uma grande “gaiola” do cavaleiro do Paul da Vala; a duas grandes pegas do grupo de Santarém – por parte de António Taurino ao terceiro da tarde e de Francisco Graciosa ao quinto – e uma outra grande pega do grupo de Coruche – tendo como protagonista António Tomás no segundo da função.

Tratava-se de um Concurso de Ganadarias a inaugurar a temporada salvaterrense. O toiro de Fernando Palha esperou muito, o de António Silva (Prémio Apresentação) careceu de raça, o de Veiga Teixeira (Prémio Bravura) e o de Fernandes de Castro foram os que apresentaram melhores condições de lide, ao de Vinhas faltou entrega e o de Vale Sorraia prestou-se ao toureio a duo. Após a colhida de Francisco Palha, foi anunciado que por “acordo de cavalheiros” a lide do sexto seria entre Telles e Rouxinol. Esqueceram-se que estávamos num Concurso de Ganadarias? Despropositado!

No que ao Toureio a Cavalo diz respeito, como referi anteriormente, apenas guardo a extraordinária “gaiola” de Francisco Palha com o “Irreal”, que após resultar colhido teve valor para levar a lide até ao fim, e ainda cravar outro grande ferro (o 4.º) com a “Duquesa”. De António Telles e Luís Rouxinol prefiro esperar por melhores tardes. Sou aficionada ao Toureio a Cavalo, sei o que valem os dois, e opto por “não embandeirar em arco”, para no dia que mereçam, chegar a este espaço e enaltecê-los…

Quanto aos forcados, para além dos nomes mencionados, pelos Amadores de Santarém também pegou Francisco Paúlos à segunda tentativa; e pelos Amadores de Coruche concretizaram ainda João Prates á segunda e Tiago Gonçalves à primeira.

Foto: João Silva

segunda-feira, 6 de maio de 2019

VILA FRANCA: SÉRIA ACTUAÇÃO DE PINTO E ENRAÇADA PRESENÇA DE PRATES

Por: Catarina Bexiga

Concurso de Ganadarias Luso-Espanhol, o atractivo maior da tarde. Portugal fez-se representar pelas ganadarias de Palha, Pinto Barreiros e António Silva; e Espanha pelas divisas de Saltillo, Miura e Dolores Aguirre. E não restam dúvidas que as ganadarias lusas honraram o seu país. O de Palha foi um toiro sério, o de Pinto Barreiros (Prémio Bravura) teve mobilidade e transmissão, e o de António Silva (Prémio Apresentação) veio de mais a menos. Por outro lado, o de Saltillo revelou tendência para se adiantar, o de Miura foi devolvido aos currais e o de Dolores Aguirre deixou-se…

Duarte Pinto não esquecerá a tarde de 5 de Maio em Vila Franca. O de Palha foi um toiro sério e Pinto teve argumentos para estar à sua altura. Montado no Visconde, sabia que estava perante uma afición exigente e procurou corresponder às expectativas. Destacaram-se o terceiro e quarto curto. No fim, foi colhido, sem consequências de maior. Frente ao sobrero de Palha, a actuação teve altos e baixos.

António Prates entrou para o cartel em substituição de Rui Salvador. E acredito que a sua passagem pela Palha Blanco lhe tenha aumentado a moral. Ambas as actuações (com toiros de Dolores Aguirre e Pinto Barreiro) tiveram como denominador comum: um toureio solvente e enraçado. Às portas da alternativa (22 de Junho em Alcochete), Prates procurou chamar à atenção!

Filipe Gonçalves teve duas actuações carentes de interesse. Não deu volta em nenhum dos toiros.

Pelos Amadores de Lisboa pegaram Duarte Mira à primeira tentativa, João Varandas à segunda e Vitor Epifânio também à segunda. Pelos Amadores de Vila Franca concretizaram Vasco Pereira com uma rija intervenção à primeira superiormente ajudado, David Moreira à segunda também superiormente coadjuvado e Pedro Silva também à segunda. 

Fotos: João Silva /Sol e Sombra




quinta-feira, 2 de maio de 2019

ALMEIRIM: INSPIRAÇÃO DE ANTÓNIO RIBEIRO TELLES MARCA TARDE INAUGURAL!


Por: Catarina Bexiga

Tarde histórica para Almeirim. Tarde histórica para António Ribeiro Telles. São actuações como a que o cavaleiro da Torrinha assinou, com o segundo de Vale Sorraia, que colocam os pontos nos “is”. Tourear a Cavalo com a grandeza e o respeito que a modalidade merece foi o que se viu. Tourear a Cavalo, de acordo com o toiro, de acordo com o seu comportamento (empurrou e transmitiu); e naturalmente de acordo com as capacidades e inspiração do Toureiro. De saída, com o Hibisco, apenas o segundo destoou do conjunto; e de curtos, com o Alcochete, António Ribeiro Telles abriu o livro. Faltam-me palavras para descrever a forma como lidou o toiro, como o trouxe à garupa e como o colocou em sorte. Acoplamento perfeito! Depois seguiram-se seis curtos. De largo, reduzindo a meio da abordagem, voltando a impulsionar o cavalo para seguir no corredor da verdade e, por fim, vencendo o pitón da sorte. As reuniões foram cingidas e impactantes. Desfrutem da foto do Pedro Batalha. Um verdadeiro hino ao Toureio a Cavalo à Portuguesa. Ao nosso!

Depois da actuação de António Ribeiro Telles, tudo o resto soube a pouco… Aos restantes exemplares de Vale Sorraia faltou maior entrega e mais transmissão. João Moura andou asseado; Luís Rouxinol colocou na actuação a chama que faltou ao toiro; João Moura Jr. optou por um toureio monocórdico; Luís Rouxinol Jr. andou vulgar e o amador António Ribeiro Telles viu-se voluntarioso.

Pelos Amadores de Santarém pegaram Francisco Paulos à segunda tentativa, Salvador Ribeiro de Almeida à primeira e Ruben Giovetti, também à primeira. Pelo Aposento da Moita concretizaram Leonardo Matias à primeira, Salvador Pinto Coelho à segunda e João Gomes à primeira. Destaque para as duas grandes pegas a cargo de Ruben Giovetti e Leonardo Matias.

1 de Maio de 2019: Inauguração da Praça de Toiros de Almeirim e tarde histórica de António Ribeiro Telles!


Foto: Pedro Batalha

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