segunda-feira, 30 de maio de 2016

ALMEIRIM: GOSTAVA… MAS NÃO POSSO!

Almeirim
29 de Maio 2016

Por: Catarina Bexiga

Gostava de poder proclamar a palavra triunfal. Gostava de poder escrever que duas das dinastias mais importantes que nasceram em Portugal –Telles e Salgueiro – competiram pelo “trono”. Gostava de poder afirmar que ambas elevaram o Toureio a Cavalo à portuguesa até ao céu. Gostava de poder escrever que em Almeirim fez-se história… mas não posso.

A realidade foi outra…

João Salgueiro da Costa tornou-se cavaleiro de alternativa com o n.º 27 de Murteira Grave, de nome Pataco, um toiro sério, que se arrancou para o cavalo com alegria. Montado no Raposo, a actuação começou com três compridos que fixaram a atenção do aficionado. De praça a praça, aguentou a investida, cingiu-se, e cobrou de alto-a-baixo com impacto. O segundo sensacional.  Grande começo. Depois foi buscar o Xacal, entrou ao toiro com decisão, mas o cavalo sentiu dificuldades em vencer o pitón e a coisa não teve continuidade. Com o toiro que encerrou a tarde, de curtos com o Filé Mignon, nada há a recordar e muito para reflectir…

Na segunda reaparição nas arenas em 2016, João Salgueiro cumpriu o sonho de dar a alternativa ao filho. No entanto, em ambos do seu lote, viu-se com um toureio demasiado limitado para quem escreveu um capítulo no livro da história do Toureio a Cavalo no nosso país.

Melhor imagem deixou a família Ribeiro Telles. 

António lidou com conhecimento e intencionalidade os seus dois toiros (porque lidar é diferente de deambular na arena), todavia com o Veneno no primeiro e com o Alcochete no segundo, só a espaços conseguiu entusiasmar.

João Ribeiro Telles Jr. andou mais consistente com o Ojeda no primeiro do que com o Equador no segundo, porém foi o cavaleiro que mais empolgou as bancadas. É o que faz ser jovem, ter praça, ser vibrante…

Díspar de apresentação, a corrida de Murteira Grave revelou condições para se ver melhor toureio a cavalo. O quinto foi o que menos gostei, mas houve toiros que investiram com transmissão para os cavalos.

Pelos Amadores de Santarém foram caras João Grave à primeira tentativa, Lourenço Ribeiro à segunda, Luís Sepúlveda à terceira e António Gois à primeira. Pelo grupo de Montemor-o-Novo foram solistas João Romão à primeira, Francisco Borges à primeira, Manuel Dentinho à segunda e João da Câmara também à primeira.

Foto: João Silva

quarta-feira, 25 de maio de 2016

JOÃO SALGUEIRO DA COSTA: “O QUE ME DÁ MORAL É NESTE MOMENTO ESTAR FELIZ.”

Falar de Toiros esteve à conversa com o 5.º cavaleiro da dinastia Salgueiro. Uma entrevista, onde João Salgueiro da Costa faz uma análise da sua carreira de praticante e antecede o dia da sua Alternativa (Domingo,29 de Maio 2016).

segunda-feira, 23 de maio de 2016

AS DECLARAÇÕES DE JOSÉ MARIA BETTENCOURT

José Maria Bettencourt é o 7.º cabo do Aposento da Moita. Oiça as primeiras declarações do novo cabo, onde recorda a tarde de Domingo, a prestação do grupo, a sua pega e actualiza o estado de saúde do forcado José Maria Ferreira e do bandarilheiro Gonçalo Veloso.

AS DECLARAÇÕES DE MANUEL DIAS GOMES

Manuel Dias Gomes é outro dos matadores de toiros que actua, no próximo Sábado, em Coruche. Saiba como o toureiro está a encarar este desafio...

AS DECLARAÇÕES DE ANTÓNIO JOÃO FERREIRA

Coruche recebe, no próximo Sábado, uma corrida mista (e confronto de encastes), que dá a oportunidade a dois matadores de toiros portugueses. Falar de Toiros esteve à conversa com António João Ferreira.

UM GESTO DE TOUREIRO E FORCADO

Moita
22 de Maio 2016

Por: Catarina Bexiga

Surpresa. Risco. Emoção. Breves segundos que pareceram longas horas. Vestido de verde e azabache, Gonçalo Veloso saltou à arena para dar uma grande ajuda a José Maria Bettencout, novo cabo do Aposento da Moita. Foi ao segundo da tarde. A Daniel do Nascimento ficou em alvoroço. No fim, uma simples ovação foi a recompensa de um grande gesto.

A tarde começou com uma verdadeira lição de toureio a cavalo. De capacidade e poderio. De conhecimento e recursos. O toiro de José Luis Vasconcellos e Souza d’Andrade pediu contas, e Luís Rouxinol (com o Dollar de saída e a Viajante de curtos) respondeu-lhe com maiúsculas, com T de Toureiro grande.

O resto, fugazes momentos… O toiro de Sónia Matias saiu parado, sem se mexer, sem se empregar, e a cavaleira pouco pôde fazer. Filipe Gonçalves assinou uma actuação de entrega, com dois bons curtos montado no Chanel.  Marcos Tenório andou sem qualquer tipo de interesse. António d’Almeida começou discretamente, mas terminou com dois curtos a quiebro, com o Sinfonia, que devolveram agitação às bancadas. E por fim, de Mara Pimenta guardo o terceiro curto, com o Vigário, em que mostrou disposição, pisou os terrenos, e logrou um bom curto.

A tarde foi dura para o Aposento da Moita. Mas também deixou recordações... José Pires da Costa deu o mote, com uma grande pega ao primeiro da corrida, seguindo-se o novo cabo, José Maria Bettencourt, à quarta tentativa. As restantes pegas foram concretizadas à terceira, segunda, e a encerrar duas grandes intervenções à primeira. Foram caras João Rodrigues, Nuno Inácio, Ruben Serafim e Leonardo Matias.


sábado, 21 de maio de 2016

COMEMORAÇÃO VERSUS PREOCUPAÇÃO

Lisboa
19 de Maio 2016

Por: Catarina Bexiga

Passados 10 anos sobre a data da reinauguração da praça de toiros do Campo Pequeno, a lotação das duas primeiras corridas da temporada 2016 (cerca de meia entrada) reflecte uma realidade que a todos deve preocupar. O desaparecimento do factor novidade e a ausência de cavaleiros “taquilleros” estão a comprometer a gestão da arena da capital. Todavia, em noite de comemoração valeu a maturidade de João Moura e António Telles…

Do curro de Vinhas sobressaíram dois toiros, o primeiro e o sexto da função; para mim, melhor o último, com mais transmissão nas investidas. Os restantes foram mais reservados, embora o Delegado Técnico mostrasse o lenço azul (que premeia o ganadero) no quinto e depois no sexto da função.

João Moura teve uma primeira actuação para recordar. Montado no Zinco, deu importância ao toureio fundamental, manteve o interesse ferro a ferro, sempre em crescendo, e terminou com um grande curto. O público da capital, pouco entendedor do que é o toureio em toda a sua dimensão, pouco valorizou o labor do cavaleiro de Monforte. Foi preciso recorrer ao galope a duas pistas para que o colectivo despertasse… Frente ao quarto, com um conceito mais cambiado, os resultados também foram mais intervalados.

António Telles rubricou duas actuações plenas de conhecimento. Com o segundo da noite, apostou no Dali, sentiu-se vibração no seu toureio, e sobretudo dois curtos que fazem acreditar na nova montada. Com o quinto, mais tarde que o anterior, coube ao Telles dar tudo de si. Preparou as sortes primorosamente (chinês para o público da capital), e com o Alcochete houve dois curtos de lei.

Rui Fernandes teve uma passagem demasiado intermitente pela arena do Campo Pequeno, e inclusive com atitudes impróprias para com o Delegado Técnico, Tiago Tavares, pelo facto de não lhe conceder música durante a lide do último.


Para os dois grupos de forcados a noite veio de menos a mais. Por Santarém pegaram Diogo Sepúlveda à quarta, Lourenço Ribeiro e João Brito ambos à primeira, com duas grandes pegas. Pelo grupo de Lisboa concretizaram Pedro Maria Gomes à quarta, Manuel Guerreiro à primeira e Pedro Gil, outra grande pega, à segunda. 

terça-feira, 3 de maio de 2016

UMA MENSAGEM...

Vila Franca de Xira
1 de Maio 2016

Por: Catarina Bexiga

Há pessoas que obrigam todas as outras pessoas a reverem-se por dentro. É o caso de Fernando Palha. Um exemplo como Homem de carácter, de determinação, de devoção, de paixão, de sonhos… e de histórias, muitas histórias que nos ensinavam e enriqueciam. A “sua” Palha Blanco quis render-lhe homenagem, no passado Domingo, num concurso de ganadarias, onde marcaram presença muitos amigos, familiares e aficionados que por Ele tinham admiração e estima. E não faltaram os que Fernando Palha “protegia” como seus filhos: os Campinos!

António Ribeiro Telles brindou o seu padrinho de baptismo com uma grande lide frente ao quinto da tarde, curiosamente com o ferro do homenageado e que justamente venceu o prémio “Bravura”.

Manuel Telles Bastos apenas cumpriu e Francisco Palha apresentou-se com ambição renovada e deixou vontade de o rever.

Disputaram o prémio “João Vilaverde”, os Amadores de Vila Franca de Xira e os Amadores das Caldas da Rainha, grupo que conquistou a distinção.  

O trofeu “Apresentação” recaiu na ganadaria de Canas Vigouroux. Completaram o concurso exemplares de David Ribeiro Telles, António Silva, Branco Núncio e Passanha Sobral.

Tarde com ambiente a iniciar a temporada na Palha Blanco. Que assim continue!

Foto de João Silva.

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