quinta-feira, 29 de junho de 2017

MONTIJO: VENTURA ARREBATADOR…

Montijo, 28 de Junho 2017
Por: Catarina Bexiga

Ventura encontra-se no melhor momento da sua carreira. “Com toiro” ou “Sem toiro” a ajudar, a sua disposição fazem do rejoneador de Puebla del Rio um toureiro arrebatador. Tudo com… ritmo, intuição, sentido de espectáculo, etc. Apostou forte no primeiro de Canas Vigouroux – vibrante de saída com o “Bronce” e espectacular com o “Sueño” e o “Nazari” – e se duvidas houvesse, com o segundo, manso com querença em tábuas, de novo com o “Nazari” andou sobrado, com argumentos, com recursos… por outras palavras, não investia o toiro, “investia” Ventura.  Cumbre!!!

António Ribeiro Telles fez valer a sua condição de máximo intérprete do Toureio a Cavalo à Portuguesa. O seu primeiro “Canas” foi exigente no momento do ferro, teve raça, transmitiu, e o cavaleiro da Torrinha esteve à sua altura. Montado no “Favorito” cravou cinco curtos com muita sinceridade e mérito. O segundo colaborou menos, obrigou António a provocá-lo, a incentivá-lo a investir. Com o “Alcochete” pisou os terrenos exigidos, e do 2.º ao 6.º curto, a actuação veio sempre a crescer… Em plano de Maestro.

João Moura Jr. teve pela frente o pior lote da noite. Mansos, sem vontade de investir, reservados… Do meu ponto de vista, a Moura Jr. faltou capacidade de surpreender, porque quando os toiros não permitem o toureio desejado,  há que apresentar outras soluções…

Os “Canas” (destaque para os dois primeiros, mansos os restantes) facilitaram a vida dos homens da jaqueta de ramagens. Todas as pegas foram concretizadas à primeira tentativa. Pelos Amadores do Montijo pegaram Hélio Lopes, João Paulo Damásio e Ruben Pratas. Pelos Amadores de Alcochete concretizaram Manuel Pinto, João Belmonte e João Mac

segunda-feira, 12 de junho de 2017

REGUENGOS DE MONSARAZ: O CALOR COMO PROTAGONISTA…

Reguengos de Monsaraz, 11 de Junho 2017
Por: Catarina Bexiga

O cartel comemorativo dos 30 anos de Alternativa de Luís Rouxinol, em parte, assemelhou-se ao que se viveu na “Celestino Graça” na tarde do seu doutoramento: João Moura e Rui Salvador (apenas faltou Joaquim Bastinhas) voltaram a partilhar as cortesias com o cavaleiro de Pegões. Mas os anos passaram. Embora somadas muitas conquistas pelo meio (dos três); hoje os nossos olhos vêem uma realidade diferente…

Em tarde de muito calor, João Moura e Rui Salvador viram-se melhor nos seus primeiros. Faltou raça ao de Passanha, mas montado no “Marino”, Moura praticou um toureio correcto. Serviu o de Murteira Grave, que investiu humilhado nos capotes, e montado no “Vice-Rei”, os primeiros curtos de Rui Salvador foram mais convincentes que os restantes. As segundas actuações não acrescentaram história à tarde…

Luís Rouxinol sentiu-se acarinhado pela afición alentejana. É um grande toureiro, mas prefiro ficar com o registo de outras tardes de triunfo. Frente ao da Galeana (um toiro que investiu com alegria, mas que teve querença evidente nas tábuas), com o “Douro” praticou um toureio de fácil conexão com o público. Destaco apenas o terceiro curto, cingido do embroque e no remate. Com o da Herdade da Pina, montado no “Amoroso” andou vulgar.

Rematados de carnes, saíram os seis exemplares lidados. Foram reservados os de Passanha e mais colaboradores os de Murteira Grave. O terceiro, teve virtudes, mas querença em tábuas, chamado pelo cavaleiro e autorizado pelo “inteligente”, o ganadero deu volta à arena!?

Pelos Amadores de Montemor-o-Novo pegaram Francisco Bissaia Barreto, Francisco Borges e Manuel Dentinho, todos à primeira tentativa, a confirmar o grande momento que o grupo atravessa. Pelos Amadores de Monsaraz concretizaram David Feijão à segunda, Carlos Polme à primeira e Nelson Campaniço também à primeira. 

SANTARÉM: VENTURA E JULI, ENTREGA SEM LIMITES!

Santarém, 10 de Junho 2017
Por: Catarina Bexiga

Cartel histórico em Santarém: Ventura, Morante e Juli. Três figuras para esgotar a “Celestino Graça”. Um esforço da empresa, que merecia maior recompensa (cerca de ½ casa). Quem esteve presente, não ficou indiferente à entrega – sem limites – de Ventura e Juli.

Diego Ventura mostrou estar num momento cumbre da sua carreira. Pela quadra que tem. Pelos recursos. Pela maturidade. E pela ambição. Acho despropositadas as comparações, que a espaços surgem, entre os intérpretes portugueses e os espanhóis, são coisas distintas, cada uma tem o seu sitio… E Ventura, o dele! Com o primeiro de Guiomar Cortes Moura (atrás dos cavalos com galope cadenciado, típico do encaste, mas reservado no momento do ferro), Ventura esteve intuitivo, improvisou, sublime com o “Nazari” a ladear, com o toiro cingido ao cavalo… criou obra e entusiasmou as bancadas. Tudo feito com harmonia. Sentido de lide. Sentido de espectáculo. O seu segundo foi menos colaborador, mas Ventura superou todas as contrariedades. Entendeu o toiro, citou a favor da querença, e com o “Sueño” aproveitou todas as investidas que o Guiomar Cortes Moura levava dentro. Terminou com um par de bandarilhas, nos médios, sem cabeçada, com o “Dolar”. Actuação meritória.

Pelos Amadores de Santarém pegaram Francisco Graciosa à terceira tentativa e Luís Seabra à primeira, com nota superior.
El Juli é um toureiro cuajado pelo tempo e pela experiência. Toureiro de Toureiros. A faena ao primeiro (Nuñez del Cuvillo) foi construída com inteligência,  acreditando, ensinando o toiro a seguir o engano. Pelo melhor pitón - o direito – afloraram muletazos poderosos, de mão baixa… com o toureiro entregue e o público rendido. O segundo (Garcigrande) foi manso, passou o tempo a fugir, mas El Juli não desistiu de lhe fazer faena . Sacou os muletazos que o toiro tinha e os que não tinham também… Um toureiro “fora de serie”.

Morante de la Puebla passou pela “Celestino Graça” com mais pena que glória. Com dois toiros a contra-estilo, o de Puebla del Rio nunca se sentiu a gosto… e abreviou!

sábado, 10 de junho de 2017

LISBOA: ONDE ESTÁ A SERIEDADE DO TOIRO NA CAPITAL?

Lisboa, 8 de Junho 2017
Por: Catarina Bexiga

Impõe-se questionar: Onde está a seriedade do toiro na Monumental do Campo Pequeno? Não concebo (eu e outros aficionados) que saiam à arena da primeira praça de toiros do país seis exemplares como os que vimos ontem. Não basta terem quatro anos cumpridos. Não basta terem mais de 500 Kg de peso. O que vimos foram seis toiros de Irmãos Moura Caetano sem a “ponta” de seriedade (subentenda-se trapio), mais adequados a uma desmontável do que à primeira praça de toiros do país. E não é a primeira vez! Durante a tarde (na imprensa da especialidade), a empresa apresentou ao público os oito exemplares que estavam nos curros da capital. Talvez não tenha tido a noção, que a divulgação dos mesmos teve um retorno contrário ao pretendido, em vez de levar público, tirou público! E não ficamos por aqui. Sem trapio… E mansos, desinteressado, sem raça, com querença em tábuas, sem  vontade de investir… Mansos de livro. Os seis!

A história da última nocturna no Campo Pequeno conta-se em poucas linhas. Rui Fernandes teve a actuação mais convincente com o primeiro da noite. Montado no “El Dorado”, mostrou disposição para contrariar a mansidão do exemplar de Irmãos Moura Caetano, sobressaindo um segundo curto de boa nota. Com o quinto, nada acrescentou. De João Moura Caetano, recordo apenas dois ferros: no primeiro toiro, com o “Temperamento”, um quiebro cingido; e no segundo, com o “Xispa”, um outro curto de boa nota. A passagem de Leonardo Hernández pela capital careceu de conteúdo e interesse. Longe de entusiasmar quem sabe o que é o toureio a cavalo.

O grupo de Turlock voltou a enriquecer o seu historial com a noite de ontem. Pegaram Jorge Martins à primeira tentativa, Seteven Cambaio também à primeira e David Sanchez à segunda. Pelos Amadores de Alcochete concretizaram Pedro Viegas à quarta, Diogo Timóteo à segunda e o cabo Nuno Santana à primeira.

Estranhamente (ou talvez não!) ninguém protestou com a apresentação dos toiros. Sinais dos tempos moderno…  tempos perigosos!

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