terça-feira, 18 de junho de 2019

SANTARÉM: O CONCEITO ESTÁ DE MODA… E SOBRESSAIU JOÃO MOURA JR.!


Por: Catarina Bexiga

O conceito está de moda. Seja com que toiro for. Seja em que arena for. Toiro de um lado e cavaleiro do outro. Deixou de haver terrenos e distâncias adequadas a cada animal. Inclusive, os bandarilheiros são os próprios a fechar os toiros em tábuas. Foi assim, praticamente, durante toda a tarde. De irrepreensível apresentação, do curro de Veiga Teixeira destacou-se o primeiro. Sério a todos os níveis. Investiu para o cavaleiro com transmissão. Foi um grande toiro! Os restantes não tiveram querenças, mas tiveram menos entrega. E se por vezes se distraíam, era compreensível, porque a maioria dos cites (dos três cavaleiros) foram de praça a praça numa arena como a da “Celestino Graça”…

Dentro deste conceito, João Moura Jr. foi o que rubricou a melhor actuação da tarde (a 1.ª), montado no Xeque-Mate. Evidente disposição do cavaleiro de Monforte, e quatro curtos idênticos no conceito e nos resultados. Com o seu segundo, andou mais discreto na primeira fase da actuação, mas voltou a entusiasmar com as Mourinas com o “Hostil”. Dois grandes curtos!

João Telles Jr. menosprezou os ferros compridos nos dois toiros; e de bandarilhas apostou nas sortes a quiebros de princípio ao fim. São opções! No primeiro com o “Glorioso” e no segundo com o “Ilusionista”. Recordo apenas um ferro em cada toiro.

Francisco Palha merece que “se lhe tire o chapéu” à forma como recebeu os seus Teixeiras. Duas sortes de gaiola, montado no “Irreal”, plenas de verdade e poderio. É dos poucos que dedica importância aos ferros compridos. De curtos, no primeiro com o “Roncalito” e no segundo com a “Duquesa”, os resultados foram irregulares.

A tarde voltou a contar com grandes pegas. Pelos Amadores de Santarém pegaram António Taurino à terceira tentativa, Francisco Graciosa à primeira e Lourenço Ribeiro à primeira, na melhor pega do grupo. Pelos Amadores de Montemor-o-Novo, concretizaram João da Câmara à primeira, Francisco Bissaia Barreto também à primeira e Francisco Borges à segunda (dura intervenção e valente forcado). Grande tarde do grupo montemorense!

Terminada a Feira Taurina de Santarém, é justo o reconhecimento ao trabalho da Associação Praça Maior. Com dedicação e afición conseguiram uma enchente ainda maior no dia 16!


Foto: Pedro Batalha

terça-feira, 11 de junho de 2019

SANTARÉM: SALGUEIRO DA COSTA UM NOME COM PRESENTE E FUTURO!


Por: Catarina Bexiga

A pureza do Toureio a Cavalo tem um novo intérprete. Numa época pródiga em “actuações de catálogo”; e em que nos querem impor novos conceitos, ou por outras palavras, adulterados conceitos – que nada têm a ver com o Toureio à Portuguesa – João Salgueiro Costa chegou a Santarém e (uma vez mais) chamou à atenção! Logo de saída, montado na “Princesa”, transmite importância aos ferros compridos. O que poucos fazem. E assim, marca a diferença. Nos tempos do “Rei”, Salgueiro da Costa colocou o seu nome na boca dos aficionados e, mais recentemente, apareceu com o “Gallo” (vendido a Pablo Hermoso de Mendoza), mantendo o interesse, e agora com o “Alba” volta a entusiasmar e com o “Chinoca” não fica atrás. Abordar os toiros no “corredor da verdade” é a grande mensagem que leva o seu toureio. E acredito que numa arena mais pequena ou dando menos distância aos toiros, os resultados ainda seriam mais impactantes. As suas duas actuações mantiveram-me pendente do princípio ao fim, tiveram intencionalidade, tiveram conteúdo… e grandes ferros! João Salgueiro da Costa é, entre os novos, um nome a acompanhar!

António Ribeiro Telles e Luís Rouxinol fizeram por conservar viva a sua chancela na “Celestino Graça”. Por parte do cavaleiro da Torrinha, a sua primeira actuação veio de mais a menos, destacando-se a prestação do “Embuçado”; e na segunda os últimos curtos com o “Alcochete” foram os seus melhores. Quanto ao de Pegões, com o seu primeiro, montado no “Douro” praticou um toureio animoso; e no seu segundo, com o “Fenício” esteve mais discreto.

Lidaram-se cinco toiros de Sommer d’Andrade e um de Canas Vigouroux (sonso). Os exemplares da ganadaria titular contribuíram para o interesse da tarde. Com defeitos e virtudes, foram toiros que exigiram e para se tourear no verdadeiro sentido da palavra. Gostei particularmente do primeiro, um toiro sério.

Tarde de responsabilidade para os Amadores de Santarém e para a história uma grande pega de António Taurino ao quarto da função. Concretizaram também João Grave à quinta tentativa (o toiro teve um comportamento violentíssimo), Salvador Ribeiro de Almeida à primeira, Lourenço Ribeiro à segunda, Francisco Graciosa à primeira e Ruben Giovetti à primeira.

Mais uma grande enchente de público em Santarém e a promessa de mais uma tarde de toiros no próximo Domingo, 16.


Foto: Pedro Batalha

sexta-feira, 7 de junho de 2019

CAMPO PEQUENO: PORTA GRANDE EM SALDOS!


Por: Catarina Bexiga

A seriedade da Monumental do Campo Pequeno (Catedral do Toureio a Cavalo) deveria ocupar um lugar totalmente distinto do actual e deveria servir de referência; e nunca conivente com tamanha falta de exigência; porque no Toureio pode existir “estilos”, mas nunca poderá deixar de existir seriedade e exigência. O Campo Pequeno tornou-se a praça de toiros onde é mais fácil triunfar. Reconheço que é importante ter público nas bancadas; mas não deverá ser menos importante preservar os Aficionados que ainda lá vão. Espanha dá-nos todos os dias exemplos de seriedade e exigência; mas aqui contentamo-nos com pouco... Em noite de homenagem ao seu pai, Marcos Tenório assinou duas actuações que estiveram longe de merecer o registado desfecho. Aceito que o sentimento estivesse “à flor da pele”; mas não posso aceitar que o toureio que praticou mereça quatro voltas à arena. Até lhe reconheço capacidades para mais. Até já lhe vi actuações superiores. Sair em ombros pela porta grande da Monumental do Campo Pequeno merece uma reflexão profunda sobre a categoria que se pretende dar ao Toureio a Cavalo em Portugal no futuro…

Da noite de ontem, recordo três grandes ferros curtos de João Moura, montado no “Marino”, no seu primeiro toiro, mas que nem valorizados foram pelo público de Lisboa; e uma meritória “gaiola” de Marcos Tenório, com o “Danone”, no seu segundo.

Cayetano Rivera Ordóñez – que debutou em Lisboa – teve uma passagem discreta pela capital. O seu lote de Varela Crujo teve virtudes, mas com o primeiro, Cayetano, não se sentiu confiado e com o segundo apenas se viu mais a gosto pelo pitón esquerdo.  

O curro de Varela Crujo, Herdeiros saiu díspar de jogo. Dos toiros para cavalo, o primeiro não teve raça, o segundo saiu desinteressado e sem fijeza, o quatro foi reservado e o quinto teve mobilidade e transmissão, mas com “feios “ durante a lide (na minha opinião foi excessiva a volta do ganadero). Para a pé, ambos tiveram condições, destacando-se o sexto da função.  

Pelos Amadores de Portalegre pegaram Ricardo Almeida e João Fragozo, à segunda tentativa. Pelos Amadores da Chamusca pegaram Francisco Borges à segunda e Bernardo Borges à primeira, na melhor pega da noite.

O Delegado Técnico Tauromáquico, Ricardo Dias, apenas serviu de “figurante” e foi cúmplice com a falta de seriedade e exigência que marcaram a noite.

sábado, 1 de junho de 2019

CHAMUSCA: CONVINCENTE FAENA DE CASQUINHA!


Por: Catarina Bexiga

Convincente faena de Nuno Casquinha ao quarto da tarde. Das melhores que lhe vi. O toiro de Manuel Veiga teve nobreza, ia pelo seu caminho, embora algo protestón. Casquinha esteve entregue, concentrada, mais pausado que o habitual, construindo uma faena em crescendo… Tanto pela pitón direito, como pelo esquerdo, houve lugar a muletazos de mão baixa, poderosos e impactantes. Dos que nos fazem gritar “Olé!” Venceu justamente o trofeu em disputa.

A António João Ferreira tocou um “veiga” que procurou as tábuas e investiu com a cara por cima do estaquillador. Ferreira esteve esforçado, com uma firmeza impressionante, mas sem opções… Destaque para o tércio de bandarilhas, protagonizado pelo seu irmão, João Ferreira. Três grandes pares!

Ambos os toureiros vilafranquenses deram a cara e deixaram vontade de os acompanhar, mas como estamos em Portugal, apenas tourearam um toiro cada, e agora ficam à espera… Eles e nós!
A cavalo, Luís Rouxinol deu importância aos compridos no seu primeiro toiro e evidenciou-se na forma como lidou o seu segundo. Valeu-lhe o prémio em disputa. Filipe Gonçalves andou asseado no primeiro e optou pela vistosidade dos quiebros no segundo. Dos toiros de Manuel Veiga para cavalo, destacou-se o quinto, manseou o primeiro e serviram o segundo e sexto.

Pelos Amadores da Chamusca pegaram Nuno Luís (vencedor do trofeu) à primeira tentativa e Luís Leitão à segunda. Para além destes dois nomes, despediu-se também João Botas. Pelos Aposento da Chamusca concretizaram João Diogo à primeira e Alexandre Mira à segunda.

Hoje à noite, os toiros voltam à Chamusca!

Foto: João Silva /Sol e Sombra

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