domingo, 27 de agosto de 2023

CAMPO PEQUENO: NOITE DE TOIROS BRAVOS! NOITE DE TRIUNFO DE MOURA E PALHA!

Por: Catarina Bexiga

Já há poucas assim. Noite de toiros bravos, de competição e para aficionados, a da última Quinta-feira, na Monumental do Campo Pequeno. O mote foi dado pela ganadaria de Murteira Grave que enviou um curro sério, praticamente cinqueño e com vários matizes de bravura. Noite também exigente para os cavaleiros e forcados, porque estar à altura dos bravos não é para todos, faz secar a boca e reclama argumentos e capacidades para lhes dar a volta.

Francisco Palha (com o 2.º) e João Moura Jr. (com o 4.º) assinaram o que de melhor se viu na arena lisboeta. Foram duas lides diferentes – em que ambos se agigantaram - com história e bastante intensas!

O N.º 38, de nome Laranja, que tocou em sorte a Francisco Palha revelou-se um grande toiro. Do meu ponto de vista, veio a mais; porque se inicialmente foi trotón, a partir do primeiro curto definiu-se bravo, arrancando de praça a praça, com alegria. Palha soube estar à sua altura, inclusive, valorizando, de sobremaneira, a conduta do animal. A lide foi toda ela com o “Jaquetón”, começando por apontar uma sorte de gaiola impactante; seguindo-se três curtos que entusiasmaram pela forma como esperou pela investida do toiro e como aguentou junto às tábuas. Mediu bem a actuação e criou expectativa em cada ferro.

João Moura Jr. não quis ficar atrás. Depois do intervalo, saiu o Saltarillo, com o N.º 26, outro grande toiro, que investiu com transmissão e que valeu a chamada do ganadero à arena. Com o “Mali” apontou um bom comprido, de poder a poder; depois com o “Jet Set” o terceiro curto foi o mais convincente; e por fim, com o “Hostil” armou um lío com duas extraordinárias Mourinas, cingidíssimas, que incendiaram as bancadas do Campo Pequeno.

As restantes actuações tiveram menos sabor. Com o seu segundo, um Grave voluntarioso, Francisco Palha foi autor de uma actuação intermitente com o “Roncalito”, onde pelo meio o toiro se desembolou e teve que regressar aos currais para depois voltar a sair. Com o que abriu a noite, um toiro que careceu de entrega, montado no “Neco”, João Moura Jr. saiu prejudicado pela intervenção do activista anti-taurino Peter Janssen, que ao interromper o espectáculo, quebrou o ritmo da actuação.

Por outro lado, o primeiro toiro de Andrés Romero orientava-se e condicionou o resultado do seu labor. O segundo foi um toiro suave, com o qual o rejoneador de Huelva andou mais animoso.

Os Graves também foram exigentes para os dois grupos de forcados. Pelos Amadores de Montemor-o-Novo, esteve superior Francisco Borges à segunda tentativa, com uma grande ajuda do cabo António Cortes Pena Monteiro; seguindo-se Vasco Ponce à primeira e José Maria Pena Monteiro também à primeira. Pelos Amadores de Évora concretizaram Ricardo Sousa à segunda, José Maria Passanha à primeira e José Maria Caeiro à segunda.

Em suma, noite de toiros bravos; noite de triunfo de Moura e Palha!

 

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