segunda-feira, 29 de maio de 2017

MOITA: APENAS VENTURA!

Moita, 27 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga

A presença de duas Figuras, atraiu muitos aficionados à Moita. O mano-a-mano entre o rejoneador Diego Ventura e o matador de toiros Roca Rey constitui uma aposta arrojada do empresário Rafael Vilhais para a abertura da temporada na “Daniel do Nascimento”. Mas o desfecho … soube a pouco!

Diego Ventura conquistou o protagonismo da noite. A sua visível disposição, aliada aos argumentos que reúne no seu conceito, fizeram com que as suas actuações tivessem som e resultassem vibrantes. Revelou as intenções com o primeiro da noite, logo de saída com o “Lambrusco” e de curtos com o “Nazari”, com um toureio ligado e harmonioso. O segundo de Maria Guiomar Cortes Moura foi mais parado e condicionou o luzimento do conhecido “Sueño”. Com o terceiro, Diego voltou a impactar com o “Lambrusco”, e montado no “Fino” a actuação manteve o interesse do público. Arriscou. Causou burburinho. No segundo e terceiro curto, o toiro investiu a choto, mas Ventura esperou, aguentou muito, e cravou com impacto; no quarto e quinto, atacou ele e o entusiasmo do público voltou a sentir-se.  

O Aposento do Moita teve uma noite positiva. Pegou o cabo José Maria Bettencourt à primeira tentativa, seguindo-se Nuno Inácio também à primeira e Leonardo Matias à segunda.

A presença do matador de toiros Roca Rey ficou aquém das expectativas. Os toiros de Juan Pedro Domecq revelaram nobreza, mas faltou-lhe o fundamental. De hechuras… basto e sem pescoço o primeiro; mais proporcionado o segundo e feio o terceiro. Não entendo a escolha! Visivelmente cansado (actuara à tarde em Cáceres e chegara meia hora atrasado às cortesias), Roca Rey viu-se a espaços, sem entusiasmar, sem deslumbrar. Soube a pouco!

domingo, 28 de maio de 2017

CORUCHE: VALE SORRAIA EM NOME DA EMOÇÃO…

Coruche, 27 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga

A tarde demorou a “romper”… O Concurso de Ganadarias que a abriu a temporada em Coruche (e o debute da empresa De Caras e Tauromaquia) ficou condicionado pelo comportamento da maioria dos exemplares enviados pelos ganaderos que disputaram o prémio. O de São Torcato teve pouca entrega, o de Canas Vigouroux com querança nas tábuas, doeu-se ao castigo; o de Pinto Barreiros, distraído e desinteressado; o de Cunhar Patrício manso, com querença nas tábuas; o de Vale Sorraia teve mobilidade e temperamento; e o de Branco Núncio, reservado.

Da terna de cavaleiro ficou beneficiado Luís Rouxinol, com o toiro de Vale Sorraia, o único que investiu, com temperamento, sem humilhar, mas que transmitiu a emoção que faltou aos restantes. Depois de uma gaiola improvisada, que facilmente chegou às bancadas, montado no “Douro” o de Pegões deu continuidade a uma actuação vibrante, que manteve o público sempre do seu lado. Com o segundo da tarde (Canas Vigouroux) deixou os ferros sem deslumbrar.

Com o toiro de São Torcato, António Ribeiro Telles assinou os ferros da tarde. Montado no “Favorito”, acoplou-se melhor às investidas na parte final da actuação, cravando três grandes curtos. Com o exemplar de Cunhal Patrício, pareceu-me equivocado nos terrenos. O toiro precisava de ser ajudado (e citado) a favor da querença, o que apenas aconteceu no terceiro curto. O melhor da serie.
A presença de João Salgueiro da Costa tem pouco para contar. Frente ao de Pinto Barreiros cumpriu, montado no “Gallo”; porém com o toiro de Branco Núncio andou disperso na arena.

Disputaram o prémio os Amadores de Coruche e os Amadores de Alcochete. Pelo grupo da terra pegaram Paulo Oliveira à primeira, Rui Godinho (Peitaça) à terceira com uma primeira-ajuda fundamental, e Pedro Viegas à primeira. Pelos Amadores de Alcochete concretizaram Diogo Timóteo, com uma grande pega à primeira, António José Cardoso à segunda, e Gonçalo Catalão à primeira, outra grande pega, com uma importante ajuda do grupo.

No fim os premiados foram: Melhor Toiro – Vale Sorraia . Apresentação – Canas Vigouroux. Melhor Lide – Luís Rouxinol. Melhor Grupo: Amadores de Alcochete.

sábado, 20 de maio de 2017

LISBOA: ESTANDO, SEM ESTAR...

Lisboa, 18 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga

Estando, sem estar… A definição que encontro para a presença do matador de toiros António Ferrera, que substituiu o anunciado Pablo Hermoso de Mendoza, vítima de acidente, uns dias antes, na sua finca em Navarra, e que o impossibilitou de abrir a Campanha Europeia na praça de toiros do Campo Pequeno. António Ferrera apontou com o “saludo capotero” com que recebeu os seus dois toiros. Mas só! Quem conhece Ferrera, conhece a sua disposição, os recursos que tem com os toiros mais exigentes, e sabe do “gancho” que o estremenho tem junto do grande público. Mas nem isso! Com as bandarilhas, longe do que é… Depois o seu primeiro toiro de Manuel Veiga investiu com raça e som, e sobretudo pelo pitón esquerdo investia largo e repetia com “prontitud”. Ferrera demorou tempo a entendê-lo… O seu segundo investiu com mais temperamento, com o decorrer da faena melhorou pela esquerda, e Ferrera andou mais centrado, mas sem deslumbrar, sem estar ao seu verdadeiro nível. Há noites assim!

Os toiros de António Charrua (com peso, mas sem trapio para a 1.ª praça de toiros da capital) são aquilo que os cavaleiros gostam, mas que eu, como aficionada, não gosto! Porque a Festa vive de emoção… é a sua essência! Moveram-se, colaboraram, mas sem “gota” de raça, autenticas tourinhas atrás dos cavalos. As duas actuações de João Moura Jr. foram muito a “su” estilo. Aproveitando as investidas dos Charruas, com ladeios e recortes por dentro para gáudio de quem gosta do conceito. Depois institucionalizou os cites de largo e cobrou os ferros. Algo repetitivo. Miguel Moura teve uma primeira actuação desprovida de interesse; e uma segunda com mais conteúdo, mas sem surpreender.  
Pelos Amadores de Lisboa, pegaram Pedro Maria Gomes à primeira e João Varanda à segundo, a receber o toiro sozinho no centro da arena. Pelos Amadores de Évora concretizaram António Alfacinha e João Pedro Oliveira, ambos à primeira.  

Uma noite que nada acrescentou à história dos 125 da praça de toiros do Campo Pequeno…

segunda-feira, 15 de maio de 2017

SALVATERRA DE MAGOS: ANTÓNIO FEZ-NOS SENTIR AINDA MAIS PORTUGUESES...

Salvaterra de Magos, 14 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga 

Sentir Portugal. Sentir a nossa terra. Sentir a nossa identidade. Somos um país pequeno, mas com gente grande. Unicamente, precisamos de motivos – como os do último fim-de-semana – para nos sentirmos orgulhosos! Depois de todas as alegrias vividas, só faltava o triunfo do Toureio a Cavalo à Portuguesa para nos completar. E eis que apareceu António Ribeiro Telles!

A actuação do Maestro da Torrinha, com o toiro de Murteira Grave – justo vencedor dos prémios bravura e apresentação do Concurso de Ganadarias – fez-nos sentir ainda mais portugueses. O toiro teve várias virtudes. Ao segundo comprido arrancou-se com prontidão para o cavalo, o que voltou a fazer, mantendo um bom tranco até ao fim. Faltou-lhe apenas mais fijeza nos cites. Depois de apontar os compridos no “Embuçado”, António apareceu montado no “Alcochete” para exaltar a nossa história. Conhecedor dos terrenos e das distâncias que o toiro exigia, preparou as sortes com critério, ligação, torería… e a actuação foi crescendo de entusiasmo à medida que se acoplava, cada vez melhor, às investidas de “Pajaro Azul”, ferrado com o n.º 16. O terceiro, quarto e quinto curto foram um deleite para os aficionados. Para os portugueses! Duas voltas à arena premiaram a obra.

Com o Miura que abriu o Concurso, António Telles esteve diligente; por outro lado, as actuações de Filipe Gonçalves e Francisco Palha ficaram marcadas pela falta de consistência do toureio de ambos. No entanto, é justo mencionar que Palha recebeu à gaiola, com mérito, o seu primeiro; e que Gonçalves cravou um grande terceiro curto também no seu primeiro.

Resultado do Concurso de Ganadarias: Miura (reservado, sem acusar o castigo); Palha (investiu sem humilhar e raspou); Veiga Teixeira (cumpriu, com reservas); Grave (pronto e alegre, faltou fijeza nos cites); António Silva (cumpriu, mas por vezes andarillo); Fernandes de Castro (manso, a negar-se à peleja).

A tarde revelou-se exigente para os homens da jaqueta de ramagens. Pelos Amadores de Santarém (no dia em que se prestava homenagem a um dos seus, João Ramalho) pegaram João Grave à quinta tentativa, Ruben Geovetti à segunda e Francisco Graciosa à primeira, na pega da tarde, como recompensa pela dura tarefa dos seus anteriores colegas. Também os Amadores de Lisboa responderam com valor. Concretizaram Duarte Mira depois de dobrar Vitor Epifânio; Pedro Gil à segunda e João Varandas também à segunda. 

segunda-feira, 8 de maio de 2017

TARDE DESESPERANTE NA PALHA BLANCO...JORGE DE CARVALHO MERECIA OS DOIS PRÉMIOS, MAS NÃO LEVOU NENHUM PARA CASA…

Vila Franca de Xira, 7 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga

Chegou a ser desesperante estar na Palha Blanco. Com as bancadas “despidas” de aficionados e de entusiasmo, a contrastar com outras tardes de glória que ali se viveram. Para o Concurso de Ganadarias de hoje, a empresa escolheu as de Passanha Sobral, Jorge de Carvalho, Branco Núncio, António Silva, Souza d’Andrade e São Torcato. Pela negativa, a apresentação do exemplar de Branco Núncio (sem cara); e pela positiva, a superior apresentação do toiro de Jorge Carvalho. Quanto a comportamento, foi reservado o de Sobral, fácil o de Núncio, colaborador o de Silva, complicado o Andrade e veio de menos a mais o de São Torcato. Para mim, o toiro de Jorge de Carvalho (un tio!) teve muitas virtudes e foi o melhor da tarde. Merecia vencer os dois prémios em disputa, mas não levou nenhum para casa!!!

Os três cavaleiros que se anunciaram – Francisco Palha, João Maria Branco e João Salgueiro da Costa – assinaram uma tarde desprovida de conteúdo. Porque tourear é diferente de cravar ferros… Francisco Palha ainda apontou no primeiro do seu lote, mas as actuações de Branco e Salgueiro foram paupérrimas em tudo. Para esquecer!

O grande momento da tarde foi protagonizado pelos Amadores de Vila Franca de Xira ao terceiro toiro da corrida. Uma grande pega de Vasco Pereira, superiormente ajudado pelo seu irmão. Pelo grupo da terra pegaram ainda Rui Godinho e Márcio Francisco, ambos à primeira tentativa. Justamente, venceram o prémio “João Vilaverde”para o melhor grupo. Pelos Amadores de Alcochete concretizaram João Machacaz à terceira (dobrou Fernando Quintela depois duas tentativas frustradas), Manuel Pinto à segunda e a encerrar Pedro Viegas à primeira.

Foto: Pedro Batalha

quarta-feira, 3 de maio de 2017

CARTAXO: RENOVADA MENSAGEM DE ANA BATISTA

Cartaxo, 1 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga

Terra de vinho, mas também de gente aficionada, que deve reconhecer o esforço e o empenho de quem quer “dar vida” ao Cartaxo. Da parte do empresário José Luís Gomes ficou o exemplo. Em fase de recuperação, um cartel que se aplaude!

Os toiros de Prudêncio exigiram aos três toureiros soluções para os seus problemas. A Telles Bastos tocou o pior (3.º) e o melhor (6.º), mas a maioria esperou muito pelos cavalos.

Ana Batista reflectiu maturidade e torería na sua passagem pelo Cartaxo. Entendeu na perfeição o seu primeiro, sacando o toiro dos tércios para os médios, e mantendo-se sempre ligada para concretizar as sortes. Com o “Roncal” a serie de curtos veio a mais. Frente ao quinto, a cavaleira de Salvaterra de Magos conservou a atitude, mas o toiro teve tendência para se desligar e para se reservar no momento do ferro. Apesar de tudo, com o “Conquistador” houve momentos que ficaram na retina.

Determinação foi o “segredo” da primeira lide de Manuel Telles Bastos. O de Prudêncio teve querença em tábuas, e ao sair, investia com violência. Montado no “Diestro”, apresentou recursos para ultrapassar os problemas e os dois últimos curtos, a sesgo, tiveram muito mérito. Com o sexto da tarde, o mais fácil do curro, limitou-se a cravar os ferros com vulgaridade.

A tarde custou trabalho ao cavaleiro Luís Rouxinol. Desta vez, o conhecido “Douro” não andou a gosto com o primeiro do lote; e a “Viajante” apenas logrou um bom curto no segundo. Para Rouxinol, cavaleiro de grande regularidade, esta tarde teve um sabor estranho…

As pegas estiveram a cargo de dois grupos. Pelos Amadores de Lisboa pegaram João Varanda de Carvalho e Martim Cosme Lopes, ambos à primeira; e António Galamba à segunda. Os forcados do Cartaxo passaram no “exame”, concretizando todas as pegas à primeira. Pegaram o cabo, Bernardo Campino, Fábio Beijinho e Duarte Campino.  

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