quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Vila Franca de Xira: Desilusão Ganadera!

Vila Franca de Xira, 4 de Outubro 2016
Por: Catarina Bexiga

Desilusão ganadera! É a expressão que melhor classifica a noite de ontem na Palha Blanco. O mano-a-mano entre as ganadarias Palha e Canas Vigouroux esteve longe de entusiasmar. De apresentação, o sexto esteve à altura do desafio. De comportamento, os cinqueños de Palha saíram complicados; e os de Canas Vigouroux com falta de raça. Desilusão, repito!

As más intenções do primeiro Palha da noite, colocou em apuros António Ribeiro Telles por várias ocasiões. Uma actuação para esquecer. Com o quarto, António reencontrou-se por momentos. O de Canas Vigouroux não se empregou, mas o quinto curto com o “Alcochete”, em que provocou, de verdade, foi um grande ferro.

Duarte Pinto também sentiu na pele o fiasco ganadero. Com de Palha, troton, andou eficaz com o “Cesário”. E com o de Canas Vigouroux, reservado no momento do ferro, deu importância aos compridos com o “Espectáculo” (aliás, de saída foi o único que teve essa preocupação) e andou intencional com o “Visconde”. Porém, o esforço não teve recompensa.

Francisco Palha foi bafejado pela sorte em termos ganaderos. Tocou-lhe os dois toiros com menos problema, de ambas as ganadarias. Viu-se com altos e baixos com o de Palha montado no “Roncalito”; e mais consistente com o de Canas Vigouroux  montado na “Duquesa”.


Noite exigente para os Amadores de Vila Franca de Xira. Foram caras, o cabo Ricardo Castelo numa grande pega à primeira tentativa, seguindo-se Emanuel Matos à segunda em noite de despedida (no toiro anterior dera uma grande primeira ajuda), Francisco Faria também à segunda, Vasco Pereira à quarta, Rui Godinho numa outra grande pega à primeira, e a encerrar Marco Ventura dobrou David Moreira. Noite dura, mas superada.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Vila Franca de Xira: António João Ferreira, um grito de valor!

Vila Franca de Xira, 2 de Outubro 2016
Por: Catarina Bexiga

Poderio. Firmeza. Personalidade. Esta foi a mensagem deixada pelo matador de toiros António João Ferreira hoje na Palha Blanco. Quando se toureia assim, quando se cuajam dois toiros de Falé Filipe diferentes, mas que exigiram muito; no seu interior, um toureiro deve-se sentir orgulhoso. A forma como se colocou, como se cruzou, como adiantou a muleta, e como consentiu as investidas, sem nunca duvidar… é de um TOUREIRO GRANDE. A foto (de Pedro Batalha) é um hino ao que se viu hoje. Contemplem-na!

A tarde para António João Ferreira teve outro sabor. Foi de homenagem ao Maestro José Júlio. Quem lhe ensinou os primeiros ensinamentos, quem lhe transmitiu os valores do toureio, quem sempre acreditou em si! A sua primeira faena foi brindada ao Maestro. E ao intervalo, aquela volta à arena que quis partilhar com o aluno foi muito mais que uma simples volta à arena. Um gesto de cumplicidade!

A mensagem que António João Ferreira deixou hoje na Palha Blanco merece outra recompensa. Estar sem tourear, e aparecer em público, como se toureasse todos os dia…  Acreditando em si próprio. Acreditando nas suas capacidades. Acreditando que o futuro pode ser outro… É de um TOUREIRO GRANDE.

De prata e a bandarilhar também se brilhou. Importantes estiveram Joaquim Oliveira (que também lidou superiormente), Pedro Paulino e João Ferreira.

Para o toureio a cavalo, os toiros de Passaram foram tardos na generalidade. Luís Rouxinol teve uma passagem pela Palha Blanco vulgar; e Filipe Gonçalves teve uma tarde irregular.

Pelos Amadores de Vila Franca de Xira, pegaram Francisco Faria e David Moreira, ambos à primeira tentativa. Pelos Amadores de Coruche foram caras Paulo Oliveira à primeira e João Mesquita à segunda.


Lisboa: Padilla, o novo ídolo de Portugal. Dias Gomes agigantou-se!

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Lisboa, 29 de Setembro 2016
Por: Catarina Bexiga

Foi uma noite de emoções diferentes. E a Festa de Toiros em Portugal precisa delas. O matador de toiros Juan José "Padilla" tornou-se um fenómeno de grande aceitação junto do público português, e a verdade é que quase conseguiu encher a praça de toiros do Campo Pequeno – junto com Finito de Córdoba e Manuel Dias Gomes – numa época em que o toureio a pé no nosso país está moribundo. Há muito que não vi-a tanta entrega, tanto entusiasmo em redor de um toureiro. A prova foi a apoteótica saída em ombros do diestro jerezano, com o público a gritar Toureiro! Toureiro! Toureiro!

Finito de Córdoba derramou torería pela arena. Na forma de estar, na forma de andar... enfim, em tudo! A espaços encontrou-se consigo próprio e deixou marcas da sua particular maneira de sentir o toureio.

Juan José Padilla foi no Campo Pequeno o que o faz um toureiro popular. Variado na concepção. Vibrante na interpretação. Sabe o que o público português gosta. Deu duas voltas no seu primeiro e três no último. 

Manuel Dias Gomes assinou em Lisboa – porventura – uma das melhores faenas da sua vida. O sexto da noite teve várias virtudes, investiu com classe, e Dias Gomes soube estar à sua altura. Sentiu-se toureiro. Sentiu-se a gosto. Disfrutou e fez-nos disfrutar. 

Merece uma palavra de louvor a quadrilha de portugueses, composta por Joaquim Oliveira, Cláudio Miguel e João Ferreira. Cumpriram, ambos os tércios de bandarilhas, superiormente e foram convidados a agradecer a ovação que o público lhes tributou. 
O curro de Manuel Veiga foi parte fundamental para o êxito da noite. Excepto o terceiro, os restantes tiveram qualidade, com destaque para o quinto e, essencialmente, o sexto. O ganadero foi chamado duas vezes à arena. 


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