sábado, 27 de julho de 2019

SALVATERRA DE MAGOS: NOITE DE INSPIRAÇÃO DE ANA BATISTA!


Por: Catarina Bexiga

Grande noite de Ana Batista na sua terra. De inspiração, com classe, com torería, na plenitude da sua madurez artística. A forma como interpretou o seu primeiro de Alves Inácio, como o lidou, como preparou as sortes, como lhe desvendou os terrenos e as distâncias, como o tirou da querença – Aliás, o Toureio a Cavalo é isto! – deu gosto ver. Destacou-se de saída com o “Pérola” e aumentou o nível com o “Roncal”. Desfrutou quem entendeu a mensagem! A sua actuação ao quarto da função veio a mais com o “Conquistador”. Manteve a disposição, deu importância ao cite e ao remate das sortes e voltou a marcar a diferença!  

Diego Ventura e Francisco Palha entusiasmaram mais na segunda parte do espectáculo. Da primeira actuação de Diego Ventura guardo a grande gaiola a que apontou com a “Campina”. Depois com o seu segundo viu-se mais encastado, mais em Ventura, com o “Nazari” e depois com o “Dólar”, com os conhecidos (e meritórios) pares sem cabeçada. Francisco Palha praticou um toureio muito idêntico em ambos do seu lote, mas foi com a “Duquesa” que cravou três grandes curtos no último da função.

O curro de Alves Inácio saiu díspar de apresentação, com melhor tipo os dois últimos. O primeiro revelou cedo a sua conduta de manso complicado, o quinto foi o melhor do conjunto; e aos restantes faltou entrega, sendo evidente a forma como se reservaram na querença.  

Ambos os grupos estiveram à altura da sua história. Pelos Amadores de Vila Franca de Xira pegaram Pedro Silva à terceira tentativa, João Luz concretizou uma excelente pega à primeira e João Matos também outra grande pega à primeira. Pelos Amadores de Alcochete foram solistas João Machacaz ao primeiro intento, Diogo Timóteo e Manuel Pinto também se fecharam à primeira, com mais duas grandes intervenções.


Foto: Pedro Batalha

sexta-feira, 26 de julho de 2019

CAMPO PEQUENO: ROUXINOL JR. EM MODO DE “TIRAR P´LANTE”!


Por: Catarina Bexiga

Luís Rouxinol Jr. chegou a Lisboa com vontade de se impor aos seus colegas! O seu primeiro toiro foi distraído, não teve fijeza, mas Rouxinol Jr. dispôs-se a toureá-lo. Começou com uma vibrante gaiola com o “Gabirú”; e depois de curtos, montado no Douro, apresentou recursos e tudo o que fez teve enorme mérito! Para o seu segundo, apostou no “Amoroso”. Se nos primeiros curtos faltou toiro, nos restantes o da Galeana veio a mais. Rouxinol Jr. manteve o querer, o séptimo foi um grande ferro, mas ficou a sensação de que a actuação poderia ter sido mais redonda.  Continua a ser um jovem que vale a pena acompanhar!

Em noite de competição, João Telles Jr. teve uma passagem discreta pela Capital. De saída menosprezou os compridos, como se não fizessem parte da actuação; e de curtos com um Grave “dócil” nunca se expôs. Apenas o último curto teve mais impacto. Com o quarto desaproveitou as condições do exemplar que lhe tocou em sorte. O conceito enganoso do seu toureio fez com que passasse, variadíssimas vezes, em falso.

Francisco Palha voltou a andar intermitente. O seu primeiro esperou muito no momento do ferro e Palha sentiu dificuldades para cravar os ferros; com o seu segundo (sobrero) a actuação teve altos e baixos, sem terminar de romper por completo.

Em noite em que se assinalou os 75 anos da ganadaria de Murteira Grave, o curro oriundo da Galeana saiu desigual de apresentação e comportamento. O primeiro foi voluntarioso, o segundo esperou muito no momento do ferro, o terceiro foi um manso, distraído e sem fijeza, o quarto cumpriu, o sobrero lidado em quinto lugar meteu a cara no chão e raspou no momento do ferro e o sexto teve mobilidade e durabilidade.

Os “graves” revelaram-se mais “graves” nas pegas. A noite não foi fácil para os homens da jaqueta de ramagens. Pelos Amadores de Santarém pegaram Lourenço Ribeiro à primeira tentativa e Joaquim Grave à quarta. O quinto partiu um pitón e quando deveria ter sido recolhido, o DTT (Tiago Tavares) mandou tocar para a cernelha, mas depois arrependeu-se. Gerou-se a confusão! Pelos Amadores de Coruche foram solistas José Tomás (que dobrou Miguel Raposo) à segunda, João Ferreira Prates à quarta e António Tomás à segunda.

Foto: João Silva / Sol e Sombra

segunda-feira, 8 de julho de 2019

VILA FRANCA: MAIS UMA VEZ, ANTÓNIO RIBEIRO TELLES!


Por: Catarina Bexiga

Tarde de Domingo de Colete Encarnado! E não faltou o brinde a quem o enverga, homens que de sol a sol, cuidam e tratam do animal mais misterioso que a natureza criou e pelo qual o homem se apaixonou. Por isso, se chama Festa de Toiros!

António Ribeiro Telles teve mais uma grande tarde na Palha Blanco. Com dois toiros distintos, esteve a um nível insuperável. Tourear é saber “explorar” o comportamento de cada toiro. Tourear é saber “responder” aos enigmas de cada toiro. António esteve intuitivo, conhecedor dos terrenos e das distâncias, e poderosíssimo em todos os sentidos. Com o seu primeiro, um toiro encastado de São Torcato, a actuação foi em crescendo, e montado no “Embuçado” prevaleceu o ofício do cavaleiro da Torrinha. Com o seu segundo, um manso com querença em tábuas, com o “Hibisco” apontou dois bons compridos e com o “Alcochete” lidou primorosamente, sobressaindo os três últimos curtos. Deu duas voltas á arena.

Francisco Palha teve na sua primeira actuação o seu momento alto em Vila Franca. De início o de São Torcato não se definiu por completo, mas o cavaleiro conseguiu modificar o rumo dos acontecimentos. Montado na “Duquesa”, citou de largo, abordou com impulsão, provocou a investida e os três últimos ferros resultaram impactantes. O seu segundo foi gazapón, também não se empregou, Palha sacou o “Roncalito” e depois novamente a “Duquesa”, mas a actuação nunca chegou a “levantar voo”. O seu último curto foi o melhor.

Tarde dura, mas de superação para os Amadores de Vila Franca de Xira. Pegaram David Moreira à terceira tentativa, Pedro Silva também à terceira, Rui Godinho à primeira e Guilherme Dotti também à terceira, superiormente ajudado por Diogo Grilo. O rabejador Carlos Silva deu volta á arena no quarto da função.

António João Ferreira voltou a mostrar o seu valor sereno. O seu primeiro investiu com violência e António João mostrou-se indiferente ao perigo, baixando muito a mão por ambos os pitóns e apoderando-se da situação. O segundo humilhava, mas não terminou de romper. Voltou a justificar que merece mais oportunidades. Quem também merece uma palavra são os homens de prata. Grande tarde de Tiago Santos, João Oliveira também chamou a atenção e João Ferreira superior com o capote e as bandarilhas.

Tarde exigente para todos, mas com conteúdo…

Foto: Pedro Batalha

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