domingo, 9 de maio de 2021

VILA FRANCA DE XIRA: MÉRITO, A PALAVRA DE ORDEM!

Por: Catarina Bexiga

O verdadeiro Mérito é como o fogo vivo: ainda que o abafem rebenta. Depois do que vivemos e sentimos nos últimos tempos – com todas as dificuldades que nos preocuparam e com todas as incertezas que nos rodearam – a palavra Mérito é a que melhor define a recém-terminada Feira do Toiro, anunciada para os dias 7 e 8 de Maio, na Palha Blanco. Porque houve Mérito da empresa (Tauroleve), sabendo que apenas poderia preencher 30% da lotação; e houve Mérito por parte dos intervenientes nos espetáculos, sabendo que pela “porta dos sustos” iam sair dois curros sérios… e aquelas duas tardes na Palha Blanco foram as suas primeiras tardes da temporada 2021. Sejamos justos!

Todavia, para uns este Mérito inicial não transcendeu na arena; para outros ganhou dimensão maior e é uma conquista importante. Na Sexta-feira, a Corrida do Dr. António Silva saiu díspar de jogo; e teve dois toiros que, do meu ponto de vista, foram privilegiados pelo entusiasmo (e “fome” de toiros) dos aficionados. O terceiro, que inicialmente apertou com Duarte Pinto, mas que depois nos curtos esperou muito no momento do ferro; e o quarto, que teve um comportamento sui-generis, sem se empregar atrás do cavalo de António Ribeiro Telles, andarillo, mas nos três últimos curtos investir em contra querença natural. Verdadeiros enigmas. E a ganadera foi à arena….

De Toureio a Cavalo, há pouco para dizer. Luís Rouxinol andou a meio gás. Na generalidade, Duarte Pinto esteve aquém das suas capacidades. E deixei para o fim António Ribeiro Telles, porque na realidade foi o único que empolgou os amantes do Toureio a Cavalo. Montado no “Alcochete”, cravou três curtos de eleição.

Quanto à segunda tarde na Palha Blanco, sublinho, novamente, o Mérito de ambos os cavaleiros ao se deixarem (logo no início da temporada) anunciar mano-a-mano com uma Corrida de Veiga Teixeira, com um trapio impressionante. Houve de tudo… o pior saiu em primeiro lugar, reservadíssimo; e o melhor em último, com raça… e chamada do ganadero à arena.

Porque sou apologista do Mérito, para mim, a actuação da tarde esteve a cargo de Luís Rouxinol Jr. frente ao primeiro. Já escrevi várias vezes, que o interesse do Toureio a Cavalo não está em cravar ferros (muito em moda nos tempos actuais); o interesse do Toureio a Cavalo está em tourear… e tourear é resolver os “mistérios” (querenças, terrenos, distâncias, etc.) de cada toiro e inclusive superar as dificuldades. Rouxinol Jr. começou com uma sorte de gaiola, com o toiro a ficar à espera, que teve um valor incalculável! O segundo comprido voltou a ser superior. Logo a seguir, o toiro foi acentuando ainda mais as suas complicações. No segundo curto, surgiu a colhida, mas o toureiro encastou-se, veio para cima, destemido e determinado, e com o “Amoroso” apontou mais dois curtos de boa nota. Actuação suada, mas que dá crédito! O mesmo propósito manteve nos dois toiros que se seguiram, voltou a convencer, novamente, com o “Amoroso” no terceiro, e andou animoso com o “Douro” no quinto.

António Prates também superou o desafio. Deu a cara com os argumentos que possui, viu-se desembaraçado, procurou resolver, e até empolgou (com sortes a quiebro) os exigentes aficionados de Vila Franca, na recta final da segunda e terceira actuação.

Resta dizer que as duas tardes na Palha Blanco foram, literalmente, para forcados de barba rija. Houve um Mérito (lá está de novo a palavra) enorme por parte de todos. Na Sexta-feira, pelo grupo de Vila Franca pegaram Luís Valença à segunda tentativa, David Moreira à terceira e Guilherme Dotti à segunda. Por Alcochete concretizaram Vitor Marques à segunda tentativa, João Belmonte à primeira com uma grande ajuda e Manuel Pinto à segunda. No Sábado, pelo grupo de Montemor-o-Novo, esteve enorme Francisco Borges que se fechou ao terceiro intento, Francisco Bissaia Barreto à segunda com outra grande ajuda e Bernardo Dentinho também à segunda. Por Vila Franca foram caras Vasco Pereira à primeira tentativa, Pedro Silva também à primeira com uma outra colossal ajuda e João Matos à segunda. Justiça seja feita a todos eles!

Foto: Tauroleve / João Silva


quinta-feira, 6 de maio de 2021

ESPERANÇA E OPTIMISMO

Por: Catarina Bexiga

Precisamos de esperança. Precisamos de optimismo. Precisamos de voltar aos toiros! Os últimos tempos não têm sido fáceis para ninguém… Também nós, Aficionados – determinados e sempre dispostos; resistentes e sempre confiantes – precisamos de “alimentar” este nosso mundo, este nosso entusiasmo, esta nossa paixão!

O habitual é que a temporada encerre a 1 de Novembro e a seguinte comece a 1 de Fevereiro. Já estamos acostumados ao respectivo “jejum”, arranjamos sempre variadíssimas formas de nos manter vivos; mas estes últimos meses (transformados num defeso extenso e penoso) foram alarmantes a todos os níveis; e o regresso dos toiros foi “até à última hora” uma incerteza.

Agora que os primeiros cartéis estão na rua, a responsabilidade recai, sobretudo, nos agentes directos da Festa. Porque mais do que nunca, precisamos de olhar para trás e reflectir. Precisamos de olhar para trás… evitar vícios e corrigir erros. Precisamos de olhar para trás e procurar soluções (do meu ponto de vista passarão sempre pela seriedade e exigência) para que se vislumbre uma Festa com futuro… coerente e atractiva!

A expectativa é elevada para o próximo fim-de-semana. Vila Franca de Xira (Sexta-feira e Sábado) e Salvaterra de Magos (Domingo) estão no "GPS" dos Aficionados... Queremos acreditar que 2021 traga consigo uma mensagem de esperança e optimismo. Duas palavras que nos fazem caminhar com um “sorriso nos lábios”. Que Deus reparta a sorte!

📷Tauroleve

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