segunda-feira, 27 de março de 2023

VILA FRANCA: ONDE O CORAÇÃO VOLTOU (NOVAMENTE) A BATER MAIS FORTE!

Por: Catarina Bexiga

Palha Blanco, 26 de Março. Tarde de memórias e recordações. De amizades para a vida. De superação e entreajuda. Em comum, uma única jaqueta; uma história com 90 anos; um grupo e uma terra que caminham juntos: Forcados Amadores de Vila Franca de Xira!

Grande moldura humana, para uma tarde especial para todos, em particular, para os Amadores de Vila Franca de Xira, com a presença massiva de antigos e actuais forcados. Os momentos altos foram protagonizados, precisamente, pelos forcados. As quatro primeiras pegas estiveram a cargo de quatro cabos; o actual, Vasco Pereira abriu a função, fechando-se à primeira tentativa; seguindo-se Vasco Dotti, à segunda; Jorge Faria e Ricardo Castelo, ambos à primeira. Pegaram também o carismático Carlos Teles “Caló” (à 2.ª); e outros dois forcados que marcaram a trajetória do grupo, Ricardo Patusco (à 1.ª) e Mário Rui (à 1.ª). A dar ajudas ou a rabejar outras tantas caras conhecidas.

A cavalo, o cartel reuniu seis “Figuras” e um séptimo nome, em representação do seu pai. A verdade é que a história do Toureio a Cavalo, nos últimos 50 anos, passa, obrigatoriamente, por todos eles. Foi bonito vê-los juntos na mesma tarde. Foi bonito ver como o público os acarinhou. Foi bonito vê-los solidários com a obra Casa-Museu dos Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. Resumidamente, com os anos que leva, João Moura revelou uma invulgar capacidade toureira; Paulo Caetano fez jus da sua classe; António Ribeiro Telles, infelizmente, renegou o seu conceito; Rui Salvador assinou uma actuação com ligação e ritmo e dois bons curtos com o “Hornazo”; Luís Rouxinol esteve voluntarioso; com o novilho mais exigente, João Salgueiro tentou, a espaços, impactar, com destaque para um bom ferro com o “Alba”; e por último Marcos Tenório (como representante de Joaquim Bastinhas) rubricou uma actuação vibrante.

Para o saldo positivo da tarde contribuíram os novilhos de Paulo Caetano. Um curro homogéneo de apresentação, com mobilidade, fáceis (do meu ponto de vista, o 6.º foi o mais exigente), sem querenças, para com eles se desfrutar.

No último Domingo, na Palha Blanco, a tarde foi recheada de emoções; onde, para alguns, o coração voltou a bater (novamente) mais forte...

FOTO: PEDRO BATALHA

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