domingo, 23 de junho de 2024

CARTAXO: A DIMENSÃO DO VERDADEIRO TOUREIO A CAVALO!

Por: Catarina Bexiga

É assim que entendo e defendo o nosso Toureio a Cavalo. Como o que vimos, na noite de ontem, no Cartaxo. O Toureio a Cavalo na sua essência, de acordo com o comportamento do toiro, um “exercício” em função das virtudes ou das dificuldades de cada animal, de entendimento, de superação, de domínio, etc. Pela “porta dos sustos” saiu um curro de Vale Sorraia, superiormente apresentado, todos cardenos e com caras de impor respeito. Não saíram dois toiros iguais, muito menos “comerciais”, uns tiveram mais problemas do que outros, mas todos exigiram que os toureassem de verdade. O segundo da noite foi o de melhor jogo, investindo com prontidão nos cites e alegria nas investidas; um toiro com ímpeto que colocou à prova o cavaleiro.

João Salgueiro da Costa (nos dois toiros) e Luís Rouxinol Jr. (sobretudo, no seu primeiro) assumiram o compromisso com muita seriedade e tomaram conta da noite. Não cederam a “modas” e tourearam como tinham que fazer… No momento do ferro, o toiro de João Salgueiro da Costa tinha uma investida voluntariosa, mas daquelas que incomodam; e o cavaleiro pôde com ele. Montado no “Jic” abordou com uma pureza quase rara de se ver nos tempos de hoje e a serie de cinco curtos manteve-nos pendentes do que se estava a passar na arena. Com o seu segundo, conservou a sua postura, e com o “Litri” os dois últimos curtos foram os mais impactantes. Noite importante de Salgueiro da Costa!

Luís Rouxinol Jr. teve que colocar a cabeça a funcionar e a disposição ON para dar a volta ao seu primeiro. O toiro era imprevisível, emparelhava-se com o cavalo, mas sem estar fixo, chegando mesmo a procurar as tábuas. Montado no “Girassol”, atacou com poderio, impôs-se às adversidades e a actuação teve muito mérito. Com o segundo do seu lote, andou muito ligado, mas o toureio cambiado do “Jamaica” comprometeu o início da serie de curtos. Só quando enganou menos o toiro é que surgiram os melhores ferros.

Muito acarinhada pelo seu público, Ana Rita viu-se determinada e desembaraçada; mas em ambos do seu lote, sentiu dificuldades em ultrapassar os “enigmas” apresentados pelos toiros de Vale Sorraia.

As pegas estiveram a cargo de dois grupos, que também tiveram que se agigantar com os de Vale Sorraia. Pelos Amadores de Azambuja Ruben Santos dobrou Claúdio Carvalho, seguiu-se Hugo Mendes à primeira tentativa e João Gonçalves à terceira. Pelo grupo do Cartaxo pegaram Fábio Beijinho à primeira, Bernardo Sá também à primeira e a encerrar Tiago Fonseca à terceira.

Termino como comecei. É assim que entendo e defendo o nosso Toureio a Cavalo! Sem monotonia. Sem repetibilidade. Fica a mensagem…


 


 

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