sexta-feira, 5 de julho de 2024

CAMPO PEQUENO: GRANDE NOITE DOS HOMENS DA JAQUETA DE RAMAGENS!

Por: Catarina Bexiga

Este é o “novo” Campo Pequeno que nos toca viver. Muito diferente. Muito distante de outros tempos. Mas é a realidade. Utopia será pensar que algo vai mudar. Uns farão a sua apologia, porque se angariou novos públicos, com pessoas muito mais simpáticas e entusiastas, com as quais se consegue encher mais facilmente as bancadas. Outros, defenderão que a Catedral do Toureio a Cavalo deveria pautar por maior seriedade e exigência, sem pseudo-trapio no campo ganadero e sem triunfalismos ocos dos toureiros. Habituem-se, porque a realidade está à vista…

Em noite de homenagem a dois gigantes que envergaram a jaqueta de ramagens dos grupos de Santarém e Montemor-o-Novo – Nuno Megre e João Cortes – o protagonismo maior coube, exactamente, aos forcados. E que grande noite tiveram ambos os grupos. Por Santarém, João Faro pegou à primeira, seguiu-se Francisco Cabaço numa pega histórica também à primeira, e fechou Joaquim Grave também à primeira. Pelo grupo de Montemor-o-Novo, pegaram de cernelha António Pena Monteiro e Joel Santos, seguiu-se Francisco Borges à primeira e José Maria Pena Monteiro numa grande pega à segunda tentativa. No fim, os prémios Melhor Grupo e Melhor Pega recaíram no grupo de Santarém.

De Toureio a Cavalo, a noite é fácil de resumir. João Moura Jr. esteve discreto em ambos do seu lote, vindo para cima, com o “Hostil” com duas grandes “Mourinas” no quarto da ordem. Uma sorte diferente, vibrante e impactante, chancela do seu toureio. Marcos Tenório esteve poderosíssimo com o “Danone” no seu primeiro. Uma porta gaiola, um comprido e três curtos que marcaram a noite. Só é pena que não dê continuidade ao conceito que pratica com este cavalo. A António Telles filho tocou o lote com mais problemas, e a sua determinação e disposição foram essenciais para contornar as adversidades.

O curro de Murteira Grave saiu justa de trapio para o Campo Pequeno. Bem sei que são toiros “filhos do “Covid-19” e que actualmente a oferta no campo não é ampla. Apesar de tudo, aconselho, novamente, à empresa rever o seu conceito de trapio. O primeiro teve mobilidade, mas não teve som. O segundo foi manso, sem fijeza, investindo por dentro ao lado do cavalo e raspou. O terceiro foi reservado e também raspou. O quarto (com o N.º10) foi o toiro da noite, com uma investida pronta e alegra. O quinto cumpriu. E o sexto também teve tendência para investir por dentro e faltou-lhe entrega.

De parabéns estão os dois grupos de forcados. De verdade foram deles os momentos mais apaixonantes e emocionantes da noite!

Foto: Facebook Amadores de Santarém

 

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