sábado, 25 de setembro de 2021

CAMPO PEQUENO: SALGUEIRO DA COSTA VOLTA A DIZER "PRESENTE"!

Por: Catarina Bexiga
Não sei se houve quem ficasse surpreendido com a fraca adesão de Aficionados à Corrida de Toiros que se realizou, na Quinta-feira, no Campo Pequeno. Eu não! E digo isto, sem desprimor para nenhum dos três nomes anunciados. Pessoalmente, tinha, particular, expectativa em rever João Salgueiro da Costa, depois do seu triunfo em Arruda dos Vinhos. E mesmo sem conseguir manter o nível nos dois toiros; para mim, foi o cavaleiro que mais sobressaiu; o problema é que esta coisa (cada vez mais rara) de se tourear a cavalo, cada vez tem menos adeptos, cada vez tem menos seguidores... Quiçá, tema para abordar brevemente... Voltando ao início, até acho que noutra altura da temporada, o mesmo cartel teria maior impacto nas bilheteiras e teria outro reflexo nas bancadas; porque considero um exagero o número de espectáculos que se estão a anunciar nesta recta final da temporada. Antes da pandemia, entre os meses de Setembro e Outubro, organizavam-se cerca de 40 espectáculos; hoje em dia, pós-pandemia, estão anunciados mais de 50. E com vários agravantes. A maioria dos cartéis sem qualquer interesse, os cavaleiros "copy paste" (como brilhantemente os intitulou João Queiroz na última edição da Revista Novo Burladero) já saturam... E por outro lado, os bilhetes continuam caros; o regresso às escolas começou em Setembro e o pagamento das moratórias começa em Outubro, etc., etc., etc. Na vida dos Aficionados também existem prioridades. Parece-me uma reflexão logica.
Mas vamos ao que se passou na arena do Campo Pequeno. Os toiros de Vinhas careceram do essencial. Não se empregaram, muitos deles gazapóns, e não transmitiram "pitada" de emoção. De apresentação, o último foi o mais toiro, porque aos restantes faltou trapio.
Duarte Pinto teve uma primeira actuação discreta, montado no "Cesário"; embora o segundo e terceiro curto tenham sido mais convincentes, visto que se dispôs a violar os terrenos do adversário. Com o quarto da noite, montado no "Hábito", a fase inicial da série de curtos prometeu, com dois bons curtos, mas depois o entusiasmo esmoreceu...
Francisco Palha assinou no Campo Pequeno uma primeira actuação para esquecer; todavia redimiu-se com o quinto da ordem. Montado no "Roncalito" esteve entregue, percebeu o adversário e pôs ele o que faltou ao toiro... impacto!
João Salgueiro da Costa tem um conceito que salta à vista (pelo menos, para os que ainda sabem o que é tourear a cavalo) pela sua seriedade e integridade. As virtudes estão lá todas. Agora é preciso saber interpretar os toiros para que os resultados surjam em pleno. No seu primeiro, apontou dois bons compridos com a "Princesa" - e mesmo sem que o toiro o tenha ajudado em transmissão - depois montado no "Alba", abordou com frontalidade, deu o peito à investida e cravou quatro grandes curtos. Voltou a deixar expectativa no ar. Com o seu segundo, montado no "Chinoca", a vontade não se traduziu em resultados.
Pelos Amadores de Alcochete pegaram Henrique Teixeira Duarte à terceira tentativa superiormente ajudado por João Rei, João Belmonte à segunda e Manuel Pinto à primeira. pelo Aposento da Moita concretizaram Leonardo Mathias à primeira, Martim Cosme Lopes também à primeira e a fechar Tiago Valério à segunda.
No início da noite foi prestada homenagem ao cornetim José Henriques e assinalados os 50 anos de existência dos Amadores de Alcochete.
Foto: Pedro Batalha

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