sexta-feira, 15 de julho de 2016

PADILLA: O PIRATA QUE SAQUEOU LISBOA

Lisboa, 14 de Julho 2016
Por: Catarina Bexiga

A vitória da vida sobre a morte, tornou Juan José Padilla um produto altamente diferenciado. A sua tremenda colhida em Outubro de 2011 em Zaragoza e o seu regresso às arenas, passados apenas cinco meses, em Olivenza em Março de 2012 fazem com que o público olhe para o jerezano não apenas como matador de toiros, mas como um herói. Pelo que passou, pelo que aguentou, pelo que superou. Ontem, o Campo Pequeno quase encheu para o ver. E tudo o que fez teve eco nas bancadas. Com o primeiro, a faena começou de joelhos, mas ao de Varela Crujo faltou ânimo para investir, e a faena foi curta e excessivamente valorizada com duas voltas. Com o segundo, Padilla cravou um grande par de bandarilhas, de dentro para fora, e terminou com um violino. O toiro teve outras condições, e sobretudo pelo pitón esquerdo, Padilla toureou a gosto. O público pediu a terceira volta! Bendito público o nosso. Aos espanhóis começa a dar jeito vir a Portugal…

Juan del Álamo respondeu com o seu toureio. Com um toureio firme, com um toureio sério. Com o seu primeiro, aproveitou todas as investidas, com grandes muletazos, largos, sobretudo pela direita. O sexto da noite, manseou em bandarilhas, e a faena foi construída à base da entrega e do ofício.    

A cavalo, houve cumplicidade na lide a duo entre Rouxinol pai e Rouxinol filho; e posteriormente o mais novo teve que tourear os restantes dois, por lesão de Luís Rouxinol pai. Os de Varela Crujo saíram sem raça. Em ambas as actuações, Luís revelou desembaraço e disposição.

Pelo Aposento de Alcochete pegaram Diogo Amaro à segunda, Marcelo Loía à primeira e Rui Gomes também à primeira.

No fim, Padilla abriu a porta grande do Campo Pequeno. 

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