segunda-feira, 5 de agosto de 2024

NAZARÉ: BORJA JIMÉNEZ, UM DOS NOMES DA TEMPORADA!

Por: Catarina Bexiga

APOSTA, COMPLETAMENTE, GANHA. A noite, de ontem, na Nazaré, rompeu todos os “tabus” em relação à receptividade do Toureio a Pé em Portugal. Depois de tudo o que, o matador de toiros Borja Jiménez, vem “dizendo” no seu país, inclusive, com duas saídas em ombros da Monumental de Las Ventas, uma em Outubro e outra em Maio; Rui Bento foi o único que teve visão taurina, para, de imediato, contratar o diestro de Espartinas para a praça de toiros da Nazaré. E quando à gosto em fazer as coisas… o esforço, normalmente, tem recompensa; pois pouco faltou para esgotar o papel. Que sirva de exemplo!

Borja Jiménez está num momento cumpre. E veio à Nazaré com a mesma entrega, com que o temos visto, quer em praças de menor como de maior importância. As suas duas faena foram muito similares a nível do que é o seu conceito. Ocorrem, agora mesmo, três palavras: Convicção, muito Firmeza e um toureio Poderosíssimo; deixando passar os toiros muito perto da taleguilla, baixando muito a mão e rematando os muletazoz atrás das costas. Completamente entregue e responsabilizado. Merecida a saída em ombros.

Ao novilheiro Tomás Bastos tocou um lote exigente. Templadas e cadenciadas foram as verónicas no seu primeiro e cingidas as chicuelinas no segundo. Aliás, ambos os toureiros responderam aos quites, o que tornou a noite ainda mais interessante. De bandarilhas, cumpriu com soltura. Apesar da sua facilidade em estar na cara dos novilhos, as suas duas faenas ficaram comprometidas pela falta de entrega dos exemplares de Manuel Veiga. O primeiro era tardo a investir, e roubou ritmo à faena; e o segundo apenas permitia ligar dois muletazos, embora o começo de faena tenha sido vibrante, de joelhos em terra. Tomás valeu-se do seu querer para dar a volta à “tortilla”.  

A cavalo, as lides estiveram a cargo de pai de filho. De António Ribeiro Telles o melhor que se viu foram os três ferros à tira, montado no “Hibisco”, com que recebeu o seu primeiro toiro de Condessa de Sobral. Daí para a frente, a sorte não lhe sorriu…

António Ribeiro Telles filho foi à Nazaré marcar pontos. No toiro a sós, montado no “Jesuita” apontou dois compridos de frente, vencendo o pitón da sorte e cravando com impacto. Com o “Sherpa”, houve dinâmica e propósito no que fez, mas o auge da actuação surgiu com o terceiro e quarto curto. 

Na lide a duo, que encerrou a noite, voltou a ser António filho o mais interventivo.

Pelos Amadores de Vila Franca de Xira, rija pega de André Câncio que dobrou Rafael Plácido; seguindo-se outras duas grandes intervenções de Vasco Carvalho (com uma grande primeira ajuda) e Lucas Gonçalves, ambos à primeira tentativa.

No fim, saíram em ombros Borja Jiménez e Tomás Bastos, bem como António Telles filho.

Uma noite que fica na história da temporada de 2024!

P.S.: A simpática praça de toiros da Nazaré tem um ambiente sui generis, mas não deverá cair em exageros… entre eles, a intervenção demasiado efusiva do “locutor” de serviço. 

 FOTO: FERNANDO JOSÉ

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