domingo, 1 de junho de 2025

VILA FRANCA: SOBRARAM TOIROS...

Por: Catarina Bexiga

Tarde de toiros de verdade. Irrepreensíveis de apresentação. E dos seis, dois deles foram dois grandes toiros: o “Carasucia II” de Fernandes de Castro, com cinco anos e 705 Kg, um toiro com mobilidade, nobre e suave, que durou muito tempo; e o “Chato-4” de Sommer d’Andrade, também com cinco anos e 530 Kg, sério por todos os lados, com som nas investidas. Ambos levavam consigo o triunfo dentro. E ambos foram premiados com o lenço azul. Embora tenham sido diferentes, foram os dois toiros extraordinários. Do meu ponto de vista, mereciam ambos o prémio bravura, mas o júri entendeu apenas distinguir a obra de José Luís Sommer d’Andrade, com o prémio bravura, mas também com o prémio apresentação.
O de Condessa de Sobral, aplaudido pela apresentação, foi complicado; ao de Canas Vigouroux faltou entrega; o de Vale Sorraia também foi aplaudido à entrada, e a sua mobilidade foi intermitente; e o de Assunção Coimbra, nunca chegou a romper.
A Palha Blanco registou apenas cerca de ¼ de casa (e dizem-me que à mesma hora, Coruche – com um cartel também de toureiros jovens – ainda estava pior), mas não me venham com a conversa da elevada temperatura. Porque se assim fosse, durante o Verão a maioria das nossas praças fechavam. Não se centrem nas desculpas, centrem-se nas soluções. A realidade é por demais evidente. O nosso Toureio a Cavalo precisa de um abanão; precisa de quem nos faça “hipotecar a casa” para ir à bilheteira, de quem nos faça meter no carro e fazer quilómetros, de quem nos faça aguentar o calor. Em suma, precisa de personalidade e entusiasmo.
Em Vila Franca, sobraram toiros. Houve dois grandes toiros, mas excepto o primeiro, que apresentou problemas, os restantes também estavam à altura do triunfo. Todavia, houve disposição por parte dos cavaleiros, mas faltou muito mais.
João Salgueiro da Costa revelou bom conceito, mas precisa de cavalos que o acompanhem na sua cruzada. Assinou uma actuação muito meritória com o toiro de Condessa de Sobral montado no “Alegre”; viu-se discreto com o de Canas Vigouroux com a “Princesa”; e foi no último, de Sommer d’Andrade, que andou mais animoso. Marcou pontos de saída, e novamente, com o “Alegre” voltou a querer deixar o seu cunho, com um toureio mais em curto, mas com os quarteios abertos à distância. O terceiro e o quinto foram os melhores do conjunto.
Tristão Ribeiro Telles impactou de saída, pela determinação que mostrou, com três sortes de gaiola, a primeira no “Nureyev” e as seguintes no “Príncipe”. No entanto, o seu conceito ainda não definido também não foi propriamente seu aliado. No segundo (Fernandes de Castro) e sexto da ordem (Assunção Coimbra), apostou no “Formigo”, mas como as abordagens foram enganosas, enviando os toiros para fora da sua trajectória natural, faltou ajuste à maioria das reuniões. A melhor actuação aconteceu com o exemplar de Vale de Sorraia. Montado no “Nureyev”, mudou de conceito, abordou com muito mais sinceridade e os resultados foram muito mais convincentes.
Para as pegas dois grandes grupos, um alentejano, o outro Ribatejano. Pelos Amadores de Montemor-o-Novo pegaram José Maria Cotes Pena Monteiro à primeira tentativa, Joel Santos à terceira e Vasco Ponce à primeira. Pelos Amadores de Vila Franca concretizaram Vasco Pereira à segunda com uma boa ajuda de Diogo Duarte, Miguel Faria à primeira e Lucas Gonçalves também à primeira. No fim, o prémio para o melhor grupo recaiu nos forcados da terra.
No fim, a empresa divulgou que João Salgueiro da Costa e Tristão Ribeiro Telles entram nos cartéis da Feira de Outubro.
FOTOS: PEDRO BATALHA



 

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