segunda-feira, 8 de julho de 2024

VILA FRANCA: IMPORTANTE TARDE DE FRANCISCO PALHA. NOVA SAÍDA EM OMBROS DE TOMÁS BASTOS!!!

Por: Catarina Bexiga

A Palha Blanco ganha sempre outras cores e outro brilho pelas Festas do Colete Encarnado. Ontem, na sua arena fez-se história… O cavaleiro Francisco Palha esteve colossal e o novilheiro Tomás Bastos voltou a tocar no coração dos vilafranquenses.

Francisco Palha assinou uma das suas tardes mais convincentes, pela maturidade e seriedade do seu toureio; e pela vontade e superação que pôs em tudo o que fez. Os toiros mansos ou difíceis também têm lide e a sua resposta foi inequívoca. Palha prescindiu do toureio “da moda” para se impor com o toureio imortal, de todos os tempos.  Ao seu primeiro de Ribeiro Telles faltou entrega, vindo a menos com o decorrer da lide. De saída, montado no “Estrondo”, apontou dois compridos poderosíssimos, merecedores de música… que só tocou mais tarde. Depois com o “Pica-Pau”, o primeiro curto teve a capacidade de surpreender, e logo a seguir um recorte arriscado custou-lhe a colhida. Palha prosseguiu com o “Jaquetón”, para cravar mais quatro curtos com entrega e mérito.  Se o primeiro teve dificuldades, o seu segundo somou outras mais. O toiro mostrou-se indiferente ao cavalo e tapou-se no momento do ferro. De saída com o “Estrondo”, Palha apenas cumpriu, porque o de Ribeiro Telles não proporcionou outra coisa. E, novamente, com o “Jaquetón”, desafiou-se a si próprio. Não desistiu nem abreviou, pelo contrário, quis mostrar a dimensão do seu toureio. Seguiram-se cinco curtos com um querer invulgar e um mérito elevadíssimo. Tarde importante de Francisco Palha em Vila Franca.

O novilheiro Tomás Bastos é actualmente “a luz ao fundo do túnel”. É impressionante a facilidade com que “anda” na cara dos novilhos, com que liga os muletazos, ou com que resolve os problemas. De capote mostrou-se variado, mas também a gosto; como profundas e sentidas foram as Verónicas com que recebeu o seu primeiro, ou as Chicuelinas no seu segundo. Com as bandarilhas cumpriu com soltura, com destaque para o segundo par ao quinto da tarde. Os dois novilhos de Paulo Caetano tiveram como denominador comum a nobreza, sendo mais repetidor o primeiro. Com a primeira faena, facilmente colocou a afición da Palha Blanco de acordo, que explodiu de entusiasmo logo nos primeiros momentos, quando se colocou de joelhos para dar dois cambiados pelas costas. Pela direita, as series foram ligadas e encajadas; e os naturais lentos e profundos. A faena ao último voltou a ter vibração, com o novilho de Paulo Caetano a proporcionar, novamente, a Tomás Bastos mostrar o toureiro que tem dentro.

João Telles Jr. teve uma tarde muito dentro do seu estilo. O seu primeiro de Ribeiro Telles foi um toiro fácil, sem querenças, que proporcionou o toureio de cites largos, de praça a praça, investidas obedientes, etc. Montado no novato “Martini”, João andou sobrado em praça, optando por cravar quatro curtos a quiebro, sendo o último o de reunião mais ajustada. Com o segundo do seu lote, um toiro sem entrega, que se doeu, João marcou a diferença com o “Marfim”, dando importância ao toureio de saída. Depois com o “Gaiato” fez o toureio harmonioso que lhe é característico. Terminou com dois curtos com o “Ilusionista”, com mais eco nas bancadas o primeiro. No fim, foi despropositada a volta do ganadero.

Pelos Amadores de Vila Franca pegaram o cabo Vasco Pereira à primeira, em tarde de despedida João Maria Santos também à primeira, Lucas Gonçalves à primeira na pega com mais “som”, e a terminar Rodrigo Andrade também à primeira.

Fim-de-semana de emoções fortes para os vilafranquenses – onde o Campino merece especial carinho e admiração – que terminou com uma grande tarde de toiros na Palha Blanco e saída em ombros de Tomás Bastos!

FOTOS: PEDRO BATALHA

 

sexta-feira, 5 de julho de 2024

CAMPO PEQUENO: GRANDE NOITE DOS HOMENS DA JAQUETA DE RAMAGENS!

Por: Catarina Bexiga

Este é o “novo” Campo Pequeno que nos toca viver. Muito diferente. Muito distante de outros tempos. Mas é a realidade. Utopia será pensar que algo vai mudar. Uns farão a sua apologia, porque se angariou novos públicos, com pessoas muito mais simpáticas e entusiastas, com as quais se consegue encher mais facilmente as bancadas. Outros, defenderão que a Catedral do Toureio a Cavalo deveria pautar por maior seriedade e exigência, sem pseudo-trapio no campo ganadero e sem triunfalismos ocos dos toureiros. Habituem-se, porque a realidade está à vista…

Em noite de homenagem a dois gigantes que envergaram a jaqueta de ramagens dos grupos de Santarém e Montemor-o-Novo – Nuno Megre e João Cortes – o protagonismo maior coube, exactamente, aos forcados. E que grande noite tiveram ambos os grupos. Por Santarém, João Faro pegou à primeira, seguiu-se Francisco Cabaço numa pega histórica também à primeira, e fechou Joaquim Grave também à primeira. Pelo grupo de Montemor-o-Novo, pegaram de cernelha António Pena Monteiro e Joel Santos, seguiu-se Francisco Borges à primeira e José Maria Pena Monteiro numa grande pega à segunda tentativa. No fim, os prémios Melhor Grupo e Melhor Pega recaíram no grupo de Santarém.

De Toureio a Cavalo, a noite é fácil de resumir. João Moura Jr. esteve discreto em ambos do seu lote, vindo para cima, com o “Hostil” com duas grandes “Mourinas” no quarto da ordem. Uma sorte diferente, vibrante e impactante, chancela do seu toureio. Marcos Tenório esteve poderosíssimo com o “Danone” no seu primeiro. Uma porta gaiola, um comprido e três curtos que marcaram a noite. Só é pena que não dê continuidade ao conceito que pratica com este cavalo. A António Telles filho tocou o lote com mais problemas, e a sua determinação e disposição foram essenciais para contornar as adversidades.

O curro de Murteira Grave saiu justa de trapio para o Campo Pequeno. Bem sei que são toiros “filhos do “Covid-19” e que actualmente a oferta no campo não é ampla. Apesar de tudo, aconselho, novamente, à empresa rever o seu conceito de trapio. O primeiro teve mobilidade, mas não teve som. O segundo foi manso, sem fijeza, investindo por dentro ao lado do cavalo e raspou. O terceiro foi reservado e também raspou. O quarto (com o N.º10) foi o toiro da noite, com uma investida pronta e alegra. O quinto cumpriu. E o sexto também teve tendência para investir por dentro e faltou-lhe entrega.

De parabéns estão os dois grupos de forcados. De verdade foram deles os momentos mais apaixonantes e emocionantes da noite!

Foto: Facebook Amadores de Santarém

 

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