Por: Catarina Bexiga
Motivação acrescida para todos. Responsabilidade acumulada
para os seis cavaleiros e para os seis ganaderos que enviaram os seus
toiros a disputar os trofeus bravura e apresentação. Almeirim registou lotação
esgotada na sua primeira data da temporada; revelando-se Ana Batista a surpresa
(séria) da tarde, e criando sururu Marcos Tenório!
Apadrinhada por Luís Rouxinol, Mara Pimenta tornou-se Cavaleira
de Alternativa com o N.º 2, de nome “Tratado”, com 510 Kg, da ganadaria de
Passanha; toiro ideal para uma cerimónia importante na vida de qualquer um que
sonha com uma carreira nas arenas. Acho que se pode dizer que Mara se sentiu a
gosto. Da actuação, a mim, despertou-me o interesse, a preparação do primeiro curto,
montada no “Vigário”, recuando ao encontro do toiro, para o deixar em sorte, seguindo-se
uma passagem de adorno e um curto de boa nota. Mara sentiu imenso carinho do
público da sua terra.
Luís Rouxinol sorteou um toiro de Santa Maria, renitente
nas investidas, que acabou por não romper. De saída com a “Libra” marcou pontos;
e depois com o “Douro” foi fiel à sua entrega como toureiro, explorando o
melhor que o cavalo tem para oferecer.
Da ganadaria de Condessa de Sobral foi o exemplar de
Ana Batista; vencedor do prémio bravura, pela sua franca acomotividade e aberta
colaboração. A palavra surpresa é a que melhor define a actuação da cavaleira
de Salvaterra de Magos. Montada no “Hermoso”, uma novidade na quadra de 2023, Ana
despertou de sobremaneira o interesse dos aficionados que estavam sentados nas
bancadas. A serie de curtos foi em crescendo. A vibração que transmite e a
expressão no momento da reunião, da nova montava, com ferro do rejoneador de
Navarra, deixou-me vontade de a rever em breve!
João Moura Jr. teve pela frente um toiro de Prudêncio;
vencedor do prémio apresentação, pela sua vincada estampa, todavia, foi
sonsote. Montado no “Neco da Hermida”, à actuação de Moura Jr. faltou consistência
e definição.
A actuação de Marcos Tenório criou burburinho nas bancadas.
O toiro do Eng. Jorge de Carvalho cedo divulgou a sua conduta de manso,
ganhando querença junto aos curros. De saída, montado no “Danone”, Marcos esperou
pelo toiro “à porta gaiola”, depois depreciou o primeiro comprido, mas valorizou
o segundo, um bom ferro. De seguida foi buscar o “Da Vinci” e a sua actuação
resumiu-se a dois curtos! Arriscou e não deixou de ter mérito a sua aposta, mas
o toureio cambiado tem as suas consequências… O toiro era manso, mas não era “ilidável”
e a seguir havia um forcado para o pegar com apenas dois curtos…
Veio a menos o toiro de Varela Crujo toureado por Francisco
Palha. Para os curtos recorreu ao “Roncalito” - com o qual ainda procurou agarrar
o público com os “ladeios” - e ainda ao “Jaquetón”, mas a actuação nunca ganhou
força para levantar voo.
Pelo grupo de Santarém pegaram António Queiroz e Melo à
segunda tentativa, de cernelha João Manuel e Francisco Paulos e a encerrar
Caetano Gallego à primeira. Pelos Amadores de Coruche concretizaram João
Mesquita à segunda, João Prates na pega da tarde à primeira e Tiago Gonçalves
também à primeira.
Ambiente e salpicos de interesse não faltaram em
Almeirim!
FOTO: PEDRO BATALHA