Por: Catarina Bexiga
O tema está
em cima da mesa. E preocupa! Como se justifica a ausência/desinteresse do
público em cartéis que, supostamente, são os mais fortes neste início de
temporada? Recentemente, temos vários exemplos, o último dos quais Alcochete,
quiçá, o mais misterioso. As reflexões podem ser várias e as conclusões outras
tantas. Mas, a verdade é que, actualmente, o espectáculo taurino (pago) compete,
fim-de-semana após fim-de-semana, com demais espectáculos (grátis). Na hora da
escolha, o público divide-se; e, por mais afición que uma família tenha, a
crise económica, em que o país está mergulhado, é uma realidade obscura!
Alcochete
registou meia casa forte no Sábado, com um cartel taquillero, que não o foi. A
noite conta-se em poucas palavras. As actuações de João Telles e Francisco
Palha não tiveram força para entusiasmar. A primeira de João Telles resumiu-se
ao quarto curto, momento em que se acoplou mais à investida do Passanha; a
segunda – com o toiro sobrero – teve passagens válidas com o “Gaiato” e
terminou com a vistosidade do “Ilusionista”. Francisco Palha logrou uma
actuação de menos a mais com o “Rebelde” no seu primeiro; e apesar da
irregularidade com o “Roncalito”, os primeiros curtos foram os mais convincentes
no seu segundo.
Pelos
Amadores de Alcochete pegaram João Dinis, João Maria Pinto e Vitor Marques,
todos à primeira tentativa, terminando o grupo da terra com uma pega de
cernelha a cargo de Joaquim Matos e João Ferreira de cernelha.
O matador de
toiros Julian Lopez “El Juli” trouxe consigo dois toiros de Domingo Hernandez,
dispares de apresentação. Sem trapio e feio o seu primeiro, que pouco humilhou,
mas investia pelo seu caminho; mais aceitável o último, nobre. O madrileno
esteve por cima dos dois exemplares, com recursos inegáveis e disposto a
construir duas faena que “encheram o olho” a quem o foi ver.
A noite ficou marcada pela postura de Juli, numa noite que dá que pensar…
Foto: Pedro Batalha