domingo, 16 de agosto de 2020

LISBOA: UMA NOITE FEITA DE EXPECTATIVAS…

Por: Catarina Bexiga

Sentia-se expectativa no ar! Essa expectativa que alimenta o Aficionado que nos faz sorrir por um lado e chorar por outro que até nos torna resistentes, mas que nos dá vida!

Desde que foi anunciado, o curro de Murteira Grave criou expectativa! A seriedade dos toiros no campo, assim o justificava rematados de carne, sérios de cara um hino ao Toiro hecho o n.º 99! O lote mais complicado tocou à cavaleira Ana Batista, os dois quase a cumprir seis anos de idade; muito parado o seu primeiro e a descair para os tércios o quatro. Houve dois toiros com chamada à arena do ganadero. O terceiro e o quinto. Pessoalmente, prefiro o quinto, um toiro que investiu com mais convicção, com mais entrega, com mais transmissão!  

Ana Batista comemorou esta noite em Lisboa os seus 20 anos de Alternativa. Pelo que conseguiu ser no toureio, pela trajectória que deixa escrita, merecia ter desfrutado mais  O seu primeiro não lhe deu opções; e o segundo revelou que toureado em curto e a favor da querença era uma mais valia. Quando o fez, o resultado foi logo diferente. O terceiro ferro, montada no Pérola, foi o melhor do conjunto. 

Manuel Telles Bastos teve uma noite animosa no Campo Pequeno. Escrevo animosa, porque o vi com mais peito perante os problemas que teve que contornar. Mas lembro-me do Telles Bastos quando começou, da sua intuição toureira, foi o seu conceito que alimentou a esperança dos aficionados por isso tenho dificuldades em aceitar agora o seu pseudo-conceito. São opções! Com o segundo da noite andou eficaz montado no Egípcio, mas também é justo mencionar a forma poderosa como apontou os compridos no Gabarito da Peramanca; e com o quinto mais vistosos montado no Ipanema”…         

Luís Rouxinol Jr. quis marcar a diferença de saída em ambos do lote. No seu primeiro toiro, o resultado foi mais convincente com o Gabiru. O toiro teve mobilidade, mas do meu ponto de vista investiu de forma menos profunda comparativamente com o quinto. Montado no Douro, a parte final da actuação foi a mais interessante: quando melhor elegeu os terrenos, quando melhor se colocou com o toiro, quando melhor se concentrou no cite Pormenores que fazem a diferença quando se quer tourear bem Com o sexto da noite, andou com entrega e decisão montado no Amoroso, mas a falta de empurre do toiro no momento da reunião retirou brilhantismo à actuação.       

A noite foi exigente para os homens da jaqueta de ramagens. Um desafio à altura dos grandes! Pelos Amadores de Montemor-o-Novo, pegaram Francisco Borges, José Vacas de Carvalho e Bernardo Dentinho. Três pegas à primeira tentativa e uma lição de coesão do grupo. Pelos Amadores de Vila Franca de Xira concretizaram Vasco Pereira à terceira (com uma primeira tentativa rijíssima), David Moreira à segunda e Rui Godinho à primeira.

Que continue a existir expectativa, um dos motores da Festa de Toiros!   

Foto: Pedro Batalha

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