sexta-feira, 10 de agosto de 2018

CAMPO PEQUENO: DUARTE PINTO QUEBROU-NOS O JEJUM!

Por: Catarina Bexiga

E o jejum terminou ao sexto toiro! Duarte Pinto mostrou na Catedral do Toureio a Cavalo que pretende que olhem para ele com outros olhos. Olhos de ver! Olhos de acreditar! Olhos que saibam o que é o Toureio a Cavalo! O conceito que colocou em prática é o conceito português. Com ideias claras, atitudes simples, mas plenas intencionalidade. De saída, montado do “Espectáculo” foi o único que deu importância aos ferros compridos; e com o “Cesário” manteve em cena o guião. Quis sempre apresentar os melhores argumentos, quis sempre valorizar o que fez, quis sempre procurar os melhores resultados. A actuação foi intensa, porque houve verdade, houve interesse, houve emoção!

A Corrida de Vale Sorraia saiu díspar de apresentação, com destaque para o primeiro, quarto e sexto. De comportamento, dentro do que são as características desta ganadaria, considero que foi uma corrida boa para se tourear e boa para se triunfar! O toiro mais complicado tocou a Manuel Telles Bastos. No que encerrou a noite, o ganadero deu volta à arena.

Como escrevi no título, Duarte Pinto foi quem quebrou o jejum. Até lá pouco se viu… refiro-me, concretamente, a Toureio a Cavalo! Andrés Romero (que confirmou a Alternativa) recebeu, o primeiro da noite, à porta gaiola com a “jaqueta de abafo”.  Foi o momento mais positivo da sua passagem por Lisboa. David Gomes (que também confirmou a Alternativa) construiu a sua actuação em função do seu cavalo craque, o “Campo Pequeno”, com relevo para dois curtos. Rui Salvador, que nesta noite assinalou 34 anos de Alternativa, tem o mérito de manter intactos a sua raça, o seu querer e a sua vontade. Nem sempre os cavalos ajudam, mas montado no “Vice-Rei” o terceiro curto foi arriscado e cingido. Da geração mais nova, António Maria Brito Paes teve uma actuação carente de proveito e Manuel Telles Bastos não chegou a entusiasmar com o toiro mais problemático do curro.

Pelos Amadores do Montijo pegaram João Paulo Damásio à segunda e José Pedro Suissas à primeira. Pelos Amadores de Moura concretizaram Gonçalo Borges à primeira e Rui Branquinho à terceira, com aquele que foi o toiro mais complicado para se tourear e para se pegar. E pelos Amadores de Turlock pegaram George Martins à primeira e Steve Camboia também à primeira.

Ainda a propósito do Toureio a Cavalo, não considero que o Toureio a Cavalo seja “coisa” complicada. O que, muitas vezes, acontece é que o complicam… Volta para um lado, volta para o outro, não se percebe qual é o propósito, as soluções não aparecem… Se há algo importante no Toureio a Cavalo é entender as características de cada toiro, saber-lhe corrigir os defeitos e explorar-lhe as virtudes… Desta vez, Duarte Pinto foi o único!

Foto: João Silva

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