sexta-feira, 7 de setembro de 2018

CAMPO PEQUENO: OS TEMPOS SÃO OUTROS…


Por: Catarina Bexiga

Os tempos são outros. Na sociedade, na política, na economia… e até no Toureio! A bravura deu lugar à “toureabilidade”; a emoção deu lugar à estética; a exigência deu lugar ao facilitismo; e tantas outras coisas, em prol da “modernidade”… Há quem goste. Há quem aceite. Há quem “tire partido” de tudo… São outros tempos (com os que cada vez menos me identifico)!

Parece-me irremediável a apresentação dos toiros na Catedral do Toureio a Cavalo. O tema está gasto, mas a empresa continua com a mesma filosofia. Sem querer marcar a diferença. Sem querer afirmar-se definitivamente no capitulo ganadero. O primeiro toiro de António Charrua que saiu à arena foi (mais um) de desmontável. Não lhe servia de nada pesar mais de 500 quilos, quando lhe faltava tudo o resto… De comportamento, salvou-se o quarto da ordem, um toiro que se arrancou de largo duas ou três vezes, e que teve mais “picante” que os irmãos de camada. Os outros cinco foram autênticas “irmãs da caridade”.

Se a emoção é parte fundamental do Toureio a Cavalo; foi João Moura quem mais procurou ir ao seu encontro. Com o quarto, a excepção do curro de Charrua, actuação encastada do cavaleiro de Monforte, que há falta de juventude, sobra-lhe outras virtudes. Montado no “Verdi”, deixou vir o toiro de largo, e cravou uma serie de curtos que mexeram com os aficionados, com destaque para o quinto. A actuação ao primeiro resultou mais discreta.

Pablo Hermoso de Mendoza continua a defender a sua “bandeira”. Com o seu primeiro, praticou um toureio templado, com muito da sua Tauromaquia, à base da estética, mas com um toiro completamente inválido, que caiu duas vezes e não caiu mais por sorte. Com o segundo, mesmo na recta final com o craque da quadra, a actuação nunca chegou a levantar voo.

Rui Fernandes comemorou 20 anos de Alternativa, com o mesmo cartel da noite em que se doucturou. Fernandes mantem-se fiel ao seu conceito, conseguindo estar mais a gosto no seu primeiro, em que os “ladeios” foram a base da actuação. Com o segundo, os quiebros não resultaram, mas com as piruetas conseguiu aquecer o “entendido” público da capital.

Pelos Amadores de Évora pegaram João Madeira à quarta tentativa, Dinis Caeiro à primeira e João Pedro Oliveira também à quarta. Pelos Amadores de Alcochete concretizaram João Machacaz à primeira, João Belmonte à segunda e Nuno Santana à primeira.

Foi apenas mais uma nocturna em Lisboa.

Foto: Pedro Batalha

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