Por: Catarina Bexiga
Há quem não goste de tourear em primeiro lugar. Dizem que o
público ainda está “frio”. Depende! Depende da disposição com que apareçam. Depende
do toureio que pratiquem. Depende dos argumentos que apresentem. Que o diga Luís
Rouxinol! Chegou ao Sobral de Monte Agraço e logo no primeiro toiro colocou
todos de acordo. Saber conservar-se mais de 30 anos no top do escalafón tem
mérito. O toiro de Canas Vigouroux foi reservado, mas montado no “Douro”,
Rouxinol soube entendê-lo na perfeição e aproveitá-lo, logrando quatro curtos
de nota alta.
Quem também teve uma actuação muito meritória foi Vitor
Ribeiro. O seu toiro fechou-se em tábuas, mas Ribeiro dispôs-se (com a ajuda do
“Zeus” e depois do “Herodes”) a superar as adversidades. O mérito foi
acrescido, porque prescindiu dos bandarilheiros. A forma como lidou foi a sua
grande virtude.
Manuel Telles Bastos (depois de surpreender ontem em Vila
Viçosa) voltou a chamar a si o protagonismo. Com um toureio “mais vivo” que o
habitual, montado no “Grave”, com os compridos veio a mais; e com o “Diestro”,
aconteceu o mesmo.
Quanto aos três restantes interpretes, Ana Batista não esteve
ao seu melhor nível; Luís Rouxinol Jr. mostrou mais disposição do que
resultados; e David Gomes apenas convenceu nos dois últimos ferros.
O curro de Canas Vigouroux saiu sob o manso: reservado o
primeiro, em tábuas o segundo e quarto; também com a mesma querença, mas menos
evidente, o quinto; o terceiro e sexto deixaram-se.
Pelos Amadores de Coruche pegaram Tiago Gonçalves à primeira
tentativa; João Prates também à primeira e Roberto Garça à terceira. Pelo Aposento
da Chamusca concretizaram João Rui Salgueiro à segunda, João Saraiva também à
segunda e Francisco Montoya à primeira, na melhor pega, a encerrar com chave de
oiro a tarde.