E o jejum terminou ao sexto toiro! Duarte Pinto mostrou na
Catedral do Toureio a Cavalo que pretende que olhem para ele com outros olhos. Olhos
de ver! Olhos de acreditar! Olhos que saibam o que é o Toureio a Cavalo! O
conceito que colocou em prática é o conceito português. Com ideias claras,
atitudes simples, mas plenas intencionalidade. De saída, montado do “Espectáculo”
foi o único que deu importância aos ferros compridos; e com o “Cesário” manteve
em cena o guião. Quis sempre apresentar os melhores argumentos, quis sempre
valorizar o que fez, quis sempre procurar os melhores resultados. A actuação
foi intensa, porque houve verdade, houve interesse, houve emoção!
A Corrida de Vale Sorraia saiu díspar de apresentação, com
destaque para o primeiro, quarto e sexto. De comportamento, dentro do que são
as características desta ganadaria, considero que foi uma corrida boa para se
tourear e boa para se triunfar! O toiro mais complicado tocou a Manuel Telles Bastos.
No que encerrou a noite, o ganadero deu volta à arena.
Como escrevi no título, Duarte Pinto foi quem quebrou o jejum.
Até lá pouco se viu… refiro-me, concretamente, a Toureio a Cavalo! Andrés
Romero (que confirmou a Alternativa) recebeu, o primeiro da noite, à porta
gaiola com a “jaqueta de abafo”. Foi o
momento mais positivo da sua passagem por Lisboa. David Gomes (que também
confirmou a Alternativa) construiu a sua actuação em função do seu cavalo
craque, o “Campo Pequeno”, com relevo para dois curtos. Rui Salvador, que nesta
noite assinalou 34 anos de Alternativa, tem o mérito de manter intactos a sua
raça, o seu querer e a sua vontade. Nem sempre os cavalos ajudam, mas montado
no “Vice-Rei” o terceiro curto foi arriscado e cingido. Da geração mais nova, António
Maria Brito Paes teve uma actuação carente de proveito e Manuel Telles Bastos não
chegou a entusiasmar com o toiro mais problemático do curro.
Pelos Amadores do Montijo pegaram João Paulo Damásio à
segunda e José Pedro Suissas à primeira. Pelos Amadores de Moura concretizaram
Gonçalo Borges à primeira e Rui Branquinho à terceira, com aquele que foi o
toiro mais complicado para se tourear e para se pegar. E pelos Amadores de
Turlock pegaram George Martins à primeira e Steve Camboia também à primeira.
Ainda a propósito do Toureio a Cavalo, não considero que o
Toureio a Cavalo seja “coisa” complicada. O que, muitas vezes, acontece é que o
complicam… Volta para um lado, volta para o outro, não se percebe qual é o propósito,
as soluções não aparecem… Se há algo importante no Toureio a Cavalo é entender
as características de cada toiro, saber-lhe corrigir os defeitos e explorar-lhe
as virtudes… Desta vez, Duarte Pinto foi o único!