Juan José “Padilla” despediu-se da afición portuguesa, com
quatro voltas à arena e uma saída em ombros, regalada por um público que o
admira (sobretudo) como Homem e que esteve perto de esgotar o Campo Pequeno. “Padilla”
é um produto diferenciado, que passa uma imagem heroica, uma imagem de
superação. O triunfo da vida sobre morte. Após 25 anos de Alternativa, no corpo
leva quase 40 cornadas. A mais conhecida, em Outubro de 2011, em Zaragoza (com
perca do olho esquerdo) e a mais recente em Arévalo (que lhe arrancou o couro
cabeludo). O agora mediático “toureiro pirata”; de matar corridas duras, como Victorinos
ou Miuras, passou a lidar corridas mais “agradáveis”, com cartéis de Figuras. A
sua vida mudou e com ela mudou a sua atitude e a sua aceitação. Ontem, em
Lisboa, com um lote de Varela Crujo, que investiu com pouca classe, “Padilla”
vendeu o seu próprio espectáculo e enlouqueceu a Monumental do Campo Pequeno. Uma
história de vida extremamente meritória, em que – segundo palavras do próprio diestro
: “El torero salvó al hombre.”
Quanto ao restante cartel, João Moura Caetano teve uma noite
sem brilho; e Duarte Pinto defendeu o seu conceito, sobressaindo em dois curtos
com o “Visconde” no seu primeiro; e de saída com o “Espectáculo” no seu segundo.
É um toureiro que para transcender precisa de um tipo de toiro (como aconteceu
com a corrida de Vale Sorraia) com mais emoção... Para cavalo, lidaram-se exemplares
de Vinhas, parados os dois primeiros e mais colaboradores os últimos.
Pelos Amadores de Santarém pegaram António Taurino à primeira
e Ruben Gioveti à séptima. Pelos Amadores de Montemor-o-Novo concretizaram João
da Câmara à primeira (com uma grande ajuda) e Francisco Barreto à terceira.
Foto: Campo Pequeno