Por: Catarina Bexiga
Houve competição de verdade! Houve entrega dos toureiros. Sentiu-se rivalidade na arena. E
houve Toureio a Cavalo do que faz desfrutar o Aficionado. Inclusive, foi das
poucas vezes que o senti, os três protagonistas do cartel encararam a tarde com
“espírito” competitivo. Assim, ganhámos todos!
João Telles Jr. apareceu num registo muito mais válido que o
habitual. Surpreendeu! Primeiro, porque deu mais importância aos compridos,
montado no “Glorioso”. Segundo, porque revelou maturidade (evidente em ambos do
lote), viu-se mais concentrado na cara dos toiros e com um conceito muito mais
convincente. A sua segunda actuação com o “Gaiato” foi das melhores que lhe vi esta
temporada.
Francisco Palha assinou duas actuação semelhantes em estrutura
e irregular nos resultados. De saída, esteve melhor no seu segundo, com o “Gigão”.
Depois de bandarilhas – optou (na maior parte das vezes) por colocar os toiros
em tábuas e por atacar de largo – em ambas as actuações recorreu à “Duquesa” e
ao “Roncalito” e foi com este último que cravou os ferros mais impactantes.
Luís Rouxinol Jr. teve uma grande tarde no Montijo. Com entrega.
Com ambição. E com cabeça! Entendeu perfeitamente os seus dois toiros e Toureou
a Cavalo como “dizem os livros”! Deu importância aos compridos, quer com o “Caju”
quer com o “Aquiles”. Depois, no primeiro do seu lote, montado no “Douro”,
esteve intencional nas atitudes e abordou de forma provocante a reservada
investida do toiro. Os dois últimos curtos foram os melhores. No sexto da tarde
(que investiu com mais transmissão que os restantes),
com o “Amoroso”, agigantou-se ainda mais. Actuação em crescendo, sem perder a
cara do adversário, sem perder o ritmo, e terminada com um grande par de
bandarilhas e um palmo de violino. Foi o justo vencedor do prémio em disputa.
Os toiros de Paulino da Cunha e Silva saíram reservados, com
pouca transmissão; mas não levantaram problemas, não complicaram. O sexto (com
mais mobilidade e “som”) foi o melhor do curro.
Em disputa também estava o trofeu para a Melhor Pega. Pela
T.T. Montijo pegaram Luís Carrilho e Márcio Chapa, ambos à terceira tentativa.
Pelos Amadores do Montijo concretizaram João Paulo Damásio à primeira e Joãe
Pedro Suiças à quinta. E pelos Amadores de Tomar foram solistas Vasco Freitas à
primeira e Helder Parker também à primeira, vencendo o prémio para a Melhor
Pega.
Foto: Pedro Batalha