Évora, 29 de Junho
Por: Catarina Bexiga
Custa-me dizê-lo. Custa-me
admiti-lo. Mas a realidade “abre-me” os olhos. A Pátria do Toureio a Cavalo
está rendida a dois espanhóis: Pablo Hermoso de Mendoza e Diego Ventura. Com
eles não há crise. Pablo encheu ontem Évora e Diego encheu, há quinze dias, Alcochete.
E não são propriamente novidade entre nós… Um e outro justificaram o dinheiro
que o aficionado pagou pelo bilhete.
Pablo mostrou ontem duas “versões”
da sua tauromaquia. Com o primeiro “passanha”, de comodas investidas, montado no
Berlin, praticou o toureio que o catapultou para o mundo. Com classe, ligação e
harmonia. Com o segundo do seu lote, um manso, com acentuada querença em tábuas,
montado no Disparate, andou com disposição e enormes recursos. Duas actuações
distintas, duas actuações de Figura.
João Moura abriu a noite com uma
actuação ortodoxa, com o Zinco; e menos convincente com o quarto, com demasiada
intervenção dos bandarilheiros, com o Colombo.
João Telles Jr. pôs em cena um
toureio demasiado repetitivo, quer com o Equador quer com o Ojeda. Todavia, os
resultados que alcançou com o último da função foram mais válidos.
Para os Amadores de Évora, a
primeira parte da corrida deixou melhores recordações. Pegaram António
Alfacinha, Gonçalo Pires e Manuel Rovisco, todos à primeira tentativa;
seguindo-se Dinis Caeiro à quarta, João Madeira à terceira e João Oliveira à
segunda.
A Pátria do Toureio a Cavalo
precisa, urgentemente, de ser revista e recuperada. Estaremos a tempo?
Foto: João Silva
Foto: João Silva