Lisboa, 30 de Junho 2016
Por: Catarina Bexiga
Esta foi uma Quinta-feira diferente.
Cheirava a Romero. Cheirava a Cohiba . Uma mescla de odores que são
sinónimo de arte. A arte do toureio e a arte do cante. De um lado Morante de La
Puebla. Do outro Diego El Cigala.
A noite valeu pela faena ao quarto
da função. A mais cuajada, a mais redonda. No primeiro toiro, foi evidente a
disposição com que o toureiro estava a encarar o desafio, e a espaços vimo-lo a
gosto, sobretudo pelo pitón direito. Os dois seguintes de Zalduendo não
colaboraram, e havia que acreditar no último… Morante toureou de capote com
mimo, com preciosos lances à verónica das tábuas para os médios, rematando com uma
média-verónica ao ralenti. Depois a faena teve magia. Morante toureou como só
ele sabe. Com carícia. Com alma. Com duende. E com a voz de El Cigala de fundo
a embelezar ainda mais a obra.
Esta foi uma Quinta-feira diferente.
Uma noite em que a arte do toureio e a arte do cante ofereceu-nos sensações sui
generis…
Foto: João Silva