Por: Catarina Bexiga
De toureio a cavalo, do que por aí se vai vendo (e do que
por aí se vai desejando impor, como a “nova verdade”…), cada vez é mais
preocupante o caminho que leva… Para que sobreviva com esplendor e riqueza os
seus interpretes terão de revelar outra atitude, sobretudo, os mais novos…. porque
é deles o futuro! E foi isso que teve Duarte Pinto! Atitude. Boas intenções.
Bom conceito. E disposição. Embora também existam coisa para melhorar…De saída,
andou discreto; mas depois para os curtos sacou o “Hábito” e chamou a si a
atenção. Ao seu Veiga Teixeira faltou entrega (até foi trotón) e Pinto
citou-o (inteligentemente) a favor da querença natural. Mostrou-se nos cites,
abordou com rectidão, foi à cara do toiro … e finalmente viu-se “alguém” marcar
a diferença! Levou um toque na preparação do quatro, por excesso de confiança,
mas que não roubou mérito à actuação. A serie de curto foi em crescendo e
Duarte Pinto foi, indiscutivelmente, o protagonista da noite!
O curro de Veiga Teixeira ficou aquém das expectativas. No entanto,
o primeiro da ordem foi um toiro que reuniu várias virtudes. Investiu humilhado
e com classe nos capotes e depois teve durabilidade e suavidade. Até me deu a
sensação que queria mais e não podia… Apenas fez o senão de raspar no fim. Rui
Salvador reconheceu a qualidade do seu toiro e lançou o tricórdio para o
ganadero que estava sentado nas bancadas. Os restantes careceram de transmissão,
uns procuraram as tábuas, outros não se empregaram, outros ainda rasparam… acima
de tudo, faltou-lhe personalidade!
Abriu a noite Rui Salvador, que acabou melhor do que
começou, especialmente, com a ajuda do “Hornazo”; de Gilberto Filipe foram
melhores as intenções do que os resultados; Manuel Telles Bastos apontou duas convincentes
tiras montado no “Império”, mas depois não terminou de romper; Ana Rita cravou
os ferros à tira e procurou chegar ao público; e Parreirita Cigano andou em
plano irregular (mas teve valor o tempo que aguentou na cara do toiro nos dois últimos
curtos).
A noite foi de expectativa para ver dois dos melhores grupos
do país. Pelos Amadores de Montemor-o-Novo pegaram Vasco Ponce à primeira,
Francisco Barreto também à primeira e Francisco Borges à quarta. Pelos Amadores
de Alcochete concretizaram Vitor Marques à segunda, Manuel Pinto também à
segunda e João Belmonte à primeira. Levaram “melhor sabor de boca” os
alcochetanos…
Foto: Ovação e Palmas