Por: Catarina Bexiga
Cartel
para aficionados, ontem, em Lisboa (curiosamente, ou talvez não, o que levou
menos público à capital). O certo é que os três nomes anunciados fizeram jus à
dimensão do seu toureio. E para isso… Não precisámos de ver tudo numa só
actuação. Dentro de um conceito sério, cada um mostrou as suas capacidades e
apresentou os seus argumentos…
António Ribeiro Telles assinou duas
actuações completamente distintas. No primeiro praticou um toureiro menos puro
e com resultados menos convincentes; mas no segundo defendeu o seu estatuto. O
de Vinhas (sem trapio para uma praça de toiros de primeira categoria, porque
peso é uma coisa e trapio é outra) foi gazapón e não teve entrega (não entendi
a chamada do maioral!!!), mas António lidou-o superiormente, mantendo-se ligado
e incentivando-o a investir. Montado no Alcochete, do segundo ao sexto curto, a
exibição tomou contornos de toureio gourmet.
Em Francisco Palha é evidente o seu
cuajo. Andou poderosíssimo com o toiro à garupa, prescindiu quase sempre dos
bandarilheiros (o que abona a seu favor), e foi ele, a sua vontade e os seus
recursos, que imperaram. Em ambos do lote andou por cima dos adversários. Mais
colaborador o primeiro e sem raça o segundo. No seu primeiro, montado no
Roncalito, o terceiro e quarto curto foram dois grandes ferros. O “segredo”
foi o mesmo: cite mais curto e abordagem mais verdadeira. No seu segundo,
viu-se superior com o Jaquetón de saída e veio a mais com o Gingão nos curtos.
Pelo Aposento do Barrete Verde de
Alcochete pegaram Bruno Amaro que dobrou o seu irmão Diogo Amaro (felizmente
sem lesões a registar) e João Armando à primeira tentativa. Pelos Amadores de
Alter do Chão concretizaram Felipe Ribeiro à quarta e João Moreno dobrou João
Galhofas após três tentativas frustradas.
O matador de toiros António João
Ferreira voltou a impressionar pela sua firmeza e quietude. Os seus dois toiros
não o ajudaram, mas António João mostrou-se indiferente à sorte. O seu primeiro
investia humilhado no primeiro muletazo, mas depois custava-lhe a repetir. O seu
segundo teve inicialmente mais raça, mas durou pouco. António João aproveitou-lhe
o seu melhor pitón, o direito. Faenas de mérito.
João Ferreira cravou dois grandes pares
de bandarilhas e saudou nos tércios.
Ao Campo Pequeno voltamos a 1 de
Outubro!
Foto: Pedro Batalha