sexta-feira, 11 de setembro de 2020

LISBOA: A DIMENSÃO DE TRÊS GRANDES TOUREIROS!

Por: Catarina Bexiga

Cartel para aficionados, ontem, em Lisboa (curiosamente, ou talvez não, o que levou menos público à capital). O certo é que os três nomes anunciados fizeram jus à dimensão do seu toureio. E para isso Não precisámos de ver tudo numa só actuação. Dentro de um conceito sério, cada um mostrou as suas capacidades e apresentou os seus argumentos

António Ribeiro Telles assinou duas actuações completamente distintas. No primeiro praticou um toureiro menos puro e com resultados menos convincentes; mas no segundo defendeu o seu estatuto. O de Vinhas (sem trapio para uma praça de toiros de primeira categoria, porque peso é uma coisa e trapio é outra) foi gazapón e não teve entrega (não entendi a chamada do maioral!!!), mas António lidou-o superiormente, mantendo-se ligado e incentivando-o a investir. Montado no Alcochete, do segundo ao sexto curto, a exibição tomou contornos de toureio gourmet.

Em Francisco Palha é evidente o seu cuajo. Andou poderosíssimo com o toiro à garupa, prescindiu quase sempre dos bandarilheiros (o que abona a seu favor), e foi ele, a sua vontade e os seus recursos, que imperaram. Em ambos do lote andou por cima dos adversários. Mais colaborador o primeiro e sem raça o segundo. No seu primeiro, montado no Roncalito, o terceiro e quarto curto foram dois grandes ferros. O segredo foi o mesmo: cite mais curto e abordagem mais verdadeira. No seu segundo, viu-se superior com o Jaquetón de saída e veio a mais com o Gingão nos curtos.

Pelo Aposento do Barrete Verde de Alcochete pegaram Bruno Amaro que dobrou o seu irmão Diogo Amaro (felizmente sem lesões a registar) e João Armando à primeira tentativa. Pelos Amadores de Alter do Chão concretizaram Felipe Ribeiro à quarta e João Moreno dobrou João Galhofas após três tentativas frustradas.

O matador de toiros António João Ferreira voltou a impressionar pela sua firmeza e quietude. Os seus dois toiros não o ajudaram, mas António João mostrou-se indiferente à sorte. O seu primeiro investia humilhado no primeiro muletazo, mas depois custava-lhe a repetir. O seu segundo teve inicialmente mais raça, mas durou pouco. António João aproveitou-lhe o seu melhor pitón, o direito. Faenas de mérito.

João Ferreira cravou dois grandes pares de bandarilhas e saudou nos tércios.

Ao Campo Pequeno voltamos a 1 de Outubro!

Foto: Pedro Batalha

 

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