Por: Catarina Bexiga
DECISÃO. RECURSOS. ENTREGA. PODERIO. MÉRITO. AMBIÇÃO. Seis
palavras que definem na íntegra a actuação de Luís Rouxinol Jr., ontem, na
Moita. Ao jovem de Pegões tocou em sorte um manso complicado de Prudêncio. De saída,
montado no “Aquiles”, Rouxinol Jr. apresentou logo as suas intenções… Um segundo comprido poderoso e um terceiro, a
sesgo, extraordinário. Para os curtos sacou o “Amoroso”. Com o adversário a
agravar cada vez mais o seu comportamento, a serie de curtos teve um mérito do “tamanho
do mundo”. Deu a cara, entrou ao toiro sem medo, de forma atrevida, de forma arriscada,
inclusive sofrendo um toque no terceiro ferro, a sesgo, mas daqueles que não
desvalorizam em nada a actuação… Se tudo o que fez teve valor – com decisão, recursos
e entrega – o segundo, quatro e sexto foram de nota elevada.
Depois desta actuação na Daniel do Nascimento volto a
repensar sobre a valorização do nosso Toureio a Cavalo. Luís Rouxinol Jr. foi o
que melhor toureou, mas o que menos palmas levou. É imprescindível que o
público tenha a noção das coisas. O valor de cada actuação acontece em função
do comportamento do toiro. Quanto maior a dificuldade, tanto maior é o
mérito em superá-la. E o nosso Toureio a Cavalo vive disso. De saber entender
um toiro. De saber lidá-lo. De procurar os melhores terrenos e as melhores
distâncias para a consumação das sortes. De saber superá-lo! Ontem na Moita, Rouxinol
Jr. esteve gigante!
Completaram o cartel, António Ribeiro Telles, que lidou com
sabor e toreria o primeiro da noite; da voluntariosa actuação de Luís Rouxinol destacaram-se
o segundo e quatro curto; João Moura Jr. deixou sempre o toiro na querença e a opção
não surtiu efeito; Andrés Romero cravou
os ferros sem transcender; e António Prates voltou a andar irregular.
Tratou-se de um Concurso de Ganadaria: o do Eng. Jorge de
Carvalho foi manso encastado, o de Condessa de Sobral gazapón e faltou-lhe
entrega; o de Ascensão Vaz revelou-se manso, com querença em tábuas; o de Passanha
veio a menos; e o de Prudêncio foi manso complicado e o de Mata-o-Demo
deixou-se ou... foi o menos manso. Por isso, lhe deram o prémio (Apresentação e
Bravura). Em terras lusas há sempre necessidade de outorgar os prémios. De Apresentação
destacaram-se também o primeiro, segundo e quatro.
Noite dura para o Aposento da Moita, mas com “caras”
valentes a superarem as dificuldades. Pegaram Rúben Serafim à terceira
tentativa, João Ventura à segunda, Martim Cosme à primeira, Leonardo Mathias à primeira,
Marco Ventura (que dobrou Martim Afonso) à terceira e João Gomes à terceira. Apesar
de pegas diferentes, tiveram enormes João Ventura e o cabo Leonardo Mathias.
Foto: Pedro Batalha