domingo, 10 de setembro de 2017

CAMPO PEQUENO: DIAS GOMES IMPÕE-SE! O QUE MAIS PRECISAM DE JUSTIFICAR OS NOSSOS MATADORES?

Artigo de Opinião
Por: Catarina Bexiga

A revitalização do Toureio a Pé, no nosso país, não passa apenas pela contratação das grandes Figuras; não passa apenas pelo entusiasmo que despertaram Padilla, Morante, Juli ou Roca Rey … pois a “resposta” dos matadores portugueses merece - da parte de todos - maior atenção. Centremo-nos em Manuel Dias Gomes, em 2016 e 2017, nas duas corridas em que toureou ao lado do mediático “Ciclón de Jerez” no Campo Pequeno; ou nas actuações de António João Ferreira, nas mesmas temporadas, na centenária Palha Blanco. O que mais precisam de justificar os nossos matadores?

Na última nocturna na Capital, Manuel Dias Gomes deu sobrados motivos aos aficionados para nele acreditarem. Já o fizera mais vezes, mas em 2017 apenas lhe valeu a contratação para as corridas do Cartaxo, Figueira da Foz, Tomar e a repetição em Lisboa. Manuel Dias Gomes é, actualmente, um toureio responsabilizado com a sua profissão; que tem vindo a evolucionar e a amadurecer. Um toureiro com gosto que nos consegue fazer desfrutar. Com plenas capacidades para rivalizar…

Pelo mesmo trilho anda António João Ferreira. Dos três jovens matadores no activo é o que mais tempo de Alternativa leva no esportón, nove anos! Os seus triunfos são marcos de cada temporada, triunfos sérios, triunfos caros, mas sem eco no ano seguinte... Em 2016 apenas se vestiu de luzes em Outubro em Vila Franca; e em 2017 de novo em Vila Franca, Figueira da Foz e Nave de Haver. Alguém sobrevive com três contractos?

A fazer campanha no Perú, Nuno Casquinha é outro dos nomes que merece reflexão, pela sua trajectória; pelos obstáculos que tem superado e pela luta incessante que tem travado… tudo pela sua paixão pelo toureio. No último mês de Agosto, veio a Portugal tourear um festival (Açores) e uma corrida numa desmontável (Morais). A 1 de Outubro actuará finalmente na sua terra!
Transversal ao entusiasmo dos nossos aficionados pelos “cartéis mediáticos”, temos três matadores portugueses que lutam por oportunidades no seu país. E arrisco -me a afirmar que se encontram no melhor momento das suas carreiras, e que merecem (os três) que os empresários os chamem. Todavia, os aficionados, conscientes da sua responsabilidade  – porque ser aficionado não se cinge em ver todas as Feiras Taurinas no “sofá”– também se devem interessar por eles. Ir vê-los!

Para terminar, reconhecer também o mérito dos bandarilheiros portugueses. Claúdio Miguel e João Ferreira, a par de outros, na passada Quinta-feira, deixaram-nos orgulhosos pelo que são vestidos de prata!

Foto: João Silva

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