Moita, 12 de Setembro 2017
Por: Catarina Bexiga
Sebastian Castella argumentou na “Daniel do Nascimento” o
seu toureio templado. Aquele que não está ao alcance de todos! Um dom natural,
que todos anseiam, todos procuram, mas nem todos nascem com ele. Os toiros de
Paulo Caetano careceram de trapio para uma praça de toiros de primeira
categoria, como a da Moita, e para uma das Feiras Taurinas mais importantes do
país. Ao primeiro de Castella faltou importância. Nos derechazos iniciais, o francês mimou as investidas, templando-as, aproveitou a sua bondade,
mas depois a falta de raça fez com que as intenções se diluíssem. Castella
manteve a mesma atitude com o segundo. Na fase inicial da faena, ergueu como
bandeira, a quietude; e pelo pitón direito, com o toiro a investir com mais
som, conseguiu bons muletazos, templadíssimos, a gosto, a sabor, fazendo-nos
sentir o mesmo. De capote, o saludo capotero, em ambos do lote, teve eco. Relevo
para o quite de tafalleras no primeiro e para as chicuelinas no segundo.
O novilheiro Joaquim Ribeiro “Cuqui” levava no esportón a
entrega e a disposição que quem precisa de definir a sua vida. Não ajudaram as
investidas rebrincadas do seu primeiro, como não ajudou o vento, mas com animo o
novilheiro superou as adversidades. Melhores condições teve o segundo do seu
lote, mas também mais exigente foram as investidas. A espaços, encontrou-se,
mas sem romper em definitivo. Fábio Machado, Claúdio Miguel e João Ferreira brilharam no tercio de bandarilhas.
A cavalo actuaram Rouxinol pai e filho. Ao primeiro tocou um
Palha complicado, mas com ofício o veterano cavaleiro resolveu a tarefa; ao
mais novo da dinastia, tocou um colaborador Oliveira Irmãos, que aproveitando a
“buena-racha” que atravessa – montado no “Amoroso” – soube construir uma actuação
vibrante e vistosa.
Pelos Amadores da Moita pegaram Fábio Silva à primeira e
Luís Lourenço à segunda.
Foto: João Silva