Lisboa, 14 de Julho 2016
Por: Catarina Bexiga
A vitória da vida sobre a morte, tornou
Juan José Padilla um produto altamente diferenciado. A sua tremenda colhida em
Outubro de 2011 em Zaragoza e o seu regresso às arenas, passados apenas cinco
meses, em Olivenza em Março de 2012 fazem com que o público olhe para o
jerezano não apenas como matador de toiros, mas como um herói. Pelo que passou,
pelo que aguentou, pelo que superou. Ontem, o Campo Pequeno quase encheu para o
ver. E tudo o que fez teve eco nas bancadas. Com o primeiro, a faena começou de
joelhos, mas ao de Varela Crujo faltou ânimo para investir, e a faena foi curta
e excessivamente valorizada com duas voltas. Com o segundo, Padilla cravou um
grande par de bandarilhas, de dentro para fora, e terminou com um violino. O toiro
teve outras condições, e sobretudo pelo pitón esquerdo, Padilla toureou a
gosto. O público pediu a terceira volta! Bendito público o nosso. Aos espanhóis
começa a dar jeito vir a Portugal…
Juan del Álamo respondeu com o
seu toureio. Com um toureio firme, com um toureio sério. Com o seu primeiro, aproveitou
todas as investidas, com grandes muletazos, largos, sobretudo pela direita. O
sexto da noite, manseou em bandarilhas, e a faena foi construída à base da
entrega e do ofício.
A cavalo, houve cumplicidade na
lide a duo entre Rouxinol pai e Rouxinol filho; e posteriormente o mais novo
teve que tourear os restantes dois, por lesão de Luís Rouxinol pai. Os de
Varela Crujo saíram sem raça. Em ambas as actuações, Luís revelou desembaraço e
disposição.
Pelo Aposento de Alcochete
pegaram Diogo Amaro à segunda, Marcelo Loía à primeira e Rui Gomes também à
primeira.
No fim, Padilla abriu a porta
grande do Campo Pequeno.