Por: Catarina Bexiga
Se se toureia melhor ou pior que há 60 anos é discutível.
Julgo importante saber contextualizar as coisas, sobretudo, o toiro de cada
época. Pois só conhecendo o passado, compreendemos o presente e idealizamos o
futuro. Mas, hoje, sinto-me no dever de evocar Simão da Veiga Jr., que há
precisamente 60 anos, toureou pela última vez na sua vida, na tradicional
Corrida de 15 de Agosto, nas Caldas da Rainha, sentindo-se indisposto e acabando
por falecer quatro dias depois. Um nome importante na história do Toureio a
Cavalo em Portugal!
Como aliciante desta tarde, os toiros de Vale Sorraia! De
apresentação, foram “valesorraias”; mas de comportamento revelaram-se “sem
personalidade”. O primeiro voluntarioso, o segundo cumpridor, o terceiro desinteressado
e distraído, o quarto fácil, o quinto sonsón e o sexto o melhor do conjunto. Faltou-lhe
aquela “fiereza” típica!
Artisticamente, só a espaços se viram coisas para recordar.
António Ribeiro Telles andou discreto com o que abriu a tarde, mas com o quarto
cravou dois bons ferros curtos com o “Alcochete”. No primeiro do seu lote, Filipe
Gonçalves conseguiu expor o seu conceito, montado no “Chanel”. Foi da vez que o
vi mais convincente. Por outro lado, com o segundo do seu lote, não alcançou
repetir o feito. Às actuações de Francisco Palha faltou-lhes força. Com o pior
dos “valesorraias”, andou vulgar; e com o último irregular.
Pelos Amadores de Santarém pegaram Salvador Ribeiro Almeida
à terceira tentativa; Joaquim Grave, na melhor pega do grupo, à segunda; e
António Melo à primeira. Pelos Amadores das Caldas da Rainha concretizaram
António Cunha à primeira; Lourenço Palha à primeira; e Francisco Esteves também
à primeira, a encerrar com chave de outo a prestação do grupo da terra.
Foto: Pedro Batalha