Por: Catarina Bexiga
Importante triunfo do Toureio a Cavalo à Portuguesa. Do
genuíno. Do autêntico. Do verdadeiro. Grande actuação de António Ribeiro
Telles! Porventura, uma das suas mais completas actuações dos últimos tempos. Foi
com o quarto da tarde. Com o “Ibisco”, apontou duas tiras correctas; e depois
com o “Alcochete” abriu o livro, esse livro escrito pelos portugueses, que dita
os cânones do Toureio a Cavalo, e que está impresso a letras de oiro. A
preparação daqueles cinco curtos foi de sonho. Com uma
grandeza. Com um senhorio. Indescritíveis... Depois as abordagens frontais, com paragem a meio
da viagem, como que a provocar a investida… e as reuniões cingidas, ao estribo,
de alto-a-baixo. Toureio caro. Toureio imortal. Venceu o prémio “Herdade da
Barrosinha” para o melhor cavaleiro.
Felizmente, a tarde teve mais coisas para recordar. O
cavaleiro da Torrinha esteve correcto com o primeiro da tarde, mas com
argumentos diferentes, também convenceram Luís Rouxinol com o segundo e João
Moura Jr. com o sexto. A corrida de Passanha saiu fácil, teve mobilidade e não
teve querenças; e os toureiros souberam-lhe tirar partido. Com o “Douro”,
Rouxinol teve uma actuação cativante. Inicialmente baseada no toureio de cercanias,
para depois deixar os três últimos curtos de forma mais ortodoxa. Com o seu
segundo andou num plano mais modesto. Por outra parte, montado no “Goya”, Moura
Jr. cravou uma serie de seis curtos em crescendo, com disposição e transmissão.
A actuação ao primeiro do seu lote resultou discreta.
Eterna rivalidade (saudável) entre os dois grupos de
forcados: Pelos Amadores de Santarém pegaram Lourenço Ribeiro à terceira tentativa,
António Taurino à primeira e João Grave também à primeira. Pelos Amadores de
Montemor-o-Novo, com uma prestação mais coesa, concretizaram Francisco Bissaia
Barreto à primeira, Manuel Ramalho também à primeira e Francisco Borges à
segunda com uma grande primeira ajuda. Venceram o prémio com o nome “José Maria
Cortes”.
Tarde com conteúdo, mas com muito pouco público nas
bancadas. Foi pena!
Foto: Pedro Batalha