Gostar de Toureio a Cavalo tem muito que se lhe diga…O que
me move a sair de casa (e acredito que à maioria dos Aficionados) é, exactamente,
a paixão que tenho pelo Toureio, e por tudo o que o envolve. Mas como não faço
parte de nenhum “Clube de Fãs”… tenho dificuldade em entender muita coisa…
Tanta felicidade!? Tanta alegria!? Tanta festa!? O público que se junta em
Lisboa é o público menos exigente e mais facilitista que conheço… adora música, palmas, cerveja… basta o ferro
ficar no toiro, e há logo motivo para “fogo de artifício”. Bendito público,
dirão os toureiros!
A corrida de Veiga Teixeira teve as exigências naturais de
uma ganadaria encastada. Excepto o segundo, que tocou em sorte a Marco José, um
manso com querença em tábuas, o primeiro foi um grande toiro, e os restantes
tiveram várias virtudes para explorar. Foi uma corrida séria, que merecia outra
resposta por parte dos cavaleiros… Não era cartel de figuras, mas era cartel de
oportunidade!
Não me vou alargar nas considerações. Gonçalo Fernandes
andou correcto até meio da actuação; Marco José sentiu dificuldades de saída e
andou discreto de bandarilhas; Gilberto Filipe cravou os ferros de forma
vulgar; Marcelo Mendes (com a quadra dos Rouxinois) imprimiu mais transmissão
ao seu toureio e deixou os dois melhores curtos da noite; Parreirita Cigano
teve uma actuação para esquecer; e Verónica Cabaço cravou os ferros de forma
asseada.
Pelos Amadores de Coimbra pegaram Ricardo Matos à segunda e
Pedro Silva à terceira. Pelos Amadores de Monsaraz concretizou Carlos Polme e
André Mendes, ambos, à terceira. Sobressaiu o grupo do Cartaxo, com duas pegas
ao primeiro intento, por intermédio de Bernardo Campino e Fábio Beijinho com
uma excelente primeira ajuda.
À noite de ontem faltou ritmo (mais de três horas de
espectáculo), faltou interesse, e muitos triunfos de “trazer por casa”
(acredito que cada um tenha tido as suas conquistas pessoais, mas só isso!). Numa
altura em que a Festa de Toiros é alvo de ataques constantes, o que se passa na
arena, tem que ter outra dimensão. Pior cego é aquele que não quer ver…
Foto: João Silva