Lisboa, 13 de Julho 2017
Por: Catarina Bexiga
CLASSE. A palavra que define a última noite de toiros no
Campo Pequeno. A palavra que define o toureio de José Maria Mazanares.
A faena ao quarto da noite (Garcia Jimenez), que de início investiu
no capote do toureiro de Alicante, pelos dois pitóns, com nobreza e humilhado,
fez-nos acreditar que algo de importante se pudesse vir a passar na arena de
Lisboa. O saludo capotero foi precioso. A expressão de cada verónica e aquelas
ajustadas chicuelinas, de mãos baixas, foram obra de génio. Depois José Maria
levou a cabo uma faena perfumada de classe, temple, harmonia e torería. Gostou-se
Manzanares. Completamente metido na faena, esteve extraordinário com a mão
direita e com la zurda igual. Toureio do caro. Com empaque nos tendidos. Apoteótica
faena de José Maria Manzanares.
Com o seu primeiro esteve sóbrio; o toiro de Núñez de Tarifa
não acabou de romper, igual que a faena. Com o último, de Juan Pedro Domecq, com
o capote voltou a entusiasmar – como
sobresaliente “Cuqui” saiu ao quite por gaoneras – e quando a faena começara a
ganhar forma convidou de novo Joaquim Ribeiro para partilhar consigo a faena. Inédito
e Inoportuno. “Cuqui” agradecido respondeu com entrega. Quem pagou para ver
Manzanares com três toiros sentiu-se defraudado.
No quarto toiro Manzanares foi premiado com duas voltas à
arena, e no sexto (faena que não fez!) com mais duas. Resultado: saída em
ombros pela porta grande!? Como!? É pena que a grandeza do toureio se misture
com outros interesses…
A presença de Pablo Hermoso de Mendoza resumiu-se à sua
última actuação. Os dois primeiros toiros de Charrua não serviram para Pablo
brilhar, sem raça (Jacobo Botero como sobresaliente cravou dois curtos no
segundo); o ultimo teve mais virtudes, mas no meu entender não tantas como o “Presidente”
entendeu, com a chamada do ganadero à arena. Montado no “Brindis” e com o “Disparate”, tirou
partido das hermosinas e cravou os seus melhores ferros da noite.
Pelos Amadores de Montemor-o-Novo pegaram Francisco Barreto
á segunda tentativa, João da Câmara à quinta e a encerrar Francisco Borges à
primeira.