Lisboa, 20 de Julho 2017
Por: Catarina
Bexiga
Fez-se jus ao
seu nome: Catedral do Toureio a Cavalo. Como que a homenagear os seus 125 anos
de história. Como que a recordar os nomes que ali escreveram as páginas de glórias
que nos engrandeceram e catapultaram para o mundo, como os melhores interpretes
do Toureio a Cavalo.
António Ribeiro
Telles deu “vida” à Catedral, ontem, no segundo da noite. O toiro de Murteira
Grave revelou-se exigente logo de saída. Com o “Embuçado”, António apontou duas
tiras discretas; mas nos curtos, a lição de Toureio a Cavalo que deu, montado
no “Alcochete”, fez-nos encher de satisfação. Aliado ao conhecimento com que
preparou as sortes, o “segredo” do triunfo esteve na forma como atacou o toiro,
como o provocou no corredor da verdade, como o “encheu” de cavalo – até à
fronteira que separa o possível do impossível – para depois receber a investida
à espádua e cravar ao estribo. Com risco e emoção. Foram cinco curtos
extraordinários! Dos que nos fazem: Gritar. Aplaudir. Levantar.
Todos os
toureiros têm o seu espaço. Mas nós, portugueses, não precisamos de “imitar”; não
precisamos de “favores”; não precisamos de “idolatrar”. Temos a obrigação de
saber valorizar e promover o nosso Toureio a Cavalo. Está na hora de recuperar
o tempo perdido… António foi premiado com duas voltas à arena, mas vulgarizadas
que estão, merecia lá continuar a agradecer…
Luís Rouxinol teve
um grande início de actuação com o terceiro da corrida. Os três compridos que
apontou foram sensacionais. Com o “Equus do Zambujal” marcou a diferença e
empolgou os aficionados. A actuação veio de mais a menos com a “Viajante” e
terminou com um superior par de bandarilhas com o “Antoñete”. No fim, o
ganadero foi chamado à arenas (o toiro teve muitas virtudes, mas não só…) e a
segunda volta de Rouxinol com Francisco
Graciosa (Amadores de Santarém) foi excessiva. Apenas a merecia o forcado.
Manuel Telles
Bastos teve uma actuação com mais querer que poder. Começou com uma sorte de gaiola
vibrante com o “Xirico”. O toiro teve as suas dificuldades, e montado no “Diestro”,
andou prudente.
Acarinhado pelo
público, esta noite foi para Luís Rouxinol Jr. a noite de todos os seus sonhos.
De saída quis mostrar as suas intenções. Com o “Aquiles” cravou um grande comprido.
De inicio o toiro foi pronto e alegre, mas montado no “Douro”, só a espaços se
entendeu com ele.
A noite terminou
com as actuações a duo, entre António Telles e Manuel Telles; Rouxinol pai e
filho. Entretidas, e pouco mais…
O curro de
Murteira Grave marcou o interesse da corrida. Com trapio (condizentes com a categoria
da Catedral), encastados e exigentes sobretudo os quatro primeiros. Uma corrida
para Toureiros com maiúsculas.
A noite foi dura
para os homens da jaqueta de ramagens que se tiveram que agigantar perante as
dificuldades. Pelos Amadores de Santarém pegaram Lourenço Ribeiro à 1.ª,
Francisco Graciosa também à 1.ª (a pega da temporada até ao momento) e Luís Seabra
à 2.ª. Pelos Amadores de Coruche concretizaram Pedro Coelho à 5.ª, Paulo Oliveira
à 1.ª e António Tomás dobrou José Marques.