Lisboa, 8 de Junho 2017
Por: Catarina Bexiga
Impõe-se questionar: Onde está a seriedade do toiro na
Monumental do Campo Pequeno? Não concebo (eu e outros aficionados) que saiam à
arena da primeira praça de toiros do país seis exemplares como os que vimos
ontem. Não basta terem quatro anos cumpridos. Não basta terem mais de 500 Kg de
peso. O que vimos foram seis toiros de Irmãos Moura Caetano sem a “ponta” de
seriedade (subentenda-se trapio), mais adequados a uma desmontável do que à
primeira praça de toiros do país. E não é a primeira vez! Durante a tarde (na
imprensa da especialidade), a empresa apresentou ao público os oito exemplares
que estavam nos curros da capital. Talvez não tenha tido a noção, que a
divulgação dos mesmos teve um retorno contrário ao pretendido, em vez de levar
público, tirou público! E não ficamos por aqui. Sem trapio… E mansos, desinteressado,
sem raça, com querença em tábuas, sem
vontade de investir… Mansos de livro. Os seis!
A história da última nocturna no Campo Pequeno conta-se em
poucas linhas. Rui Fernandes teve a actuação mais convincente com o primeiro da
noite. Montado no “El Dorado”, mostrou disposição para contrariar a mansidão do
exemplar de Irmãos Moura Caetano, sobressaindo um segundo curto de boa nota.
Com o quinto, nada acrescentou. De João Moura Caetano, recordo apenas dois
ferros: no primeiro toiro, com o “Temperamento”, um quiebro cingido; e no
segundo, com o “Xispa”, um outro curto de boa nota. A passagem de Leonardo
Hernández pela capital careceu de conteúdo e interesse. Longe de entusiasmar
quem sabe o que é o toureio a cavalo.
O grupo de Turlock voltou a enriquecer o seu historial com a
noite de ontem. Pegaram Jorge Martins à primeira tentativa, Seteven Cambaio
também à primeira e David Sanchez à segunda. Pelos Amadores de Alcochete
concretizaram Pedro Viegas à quarta, Diogo Timóteo à segunda e o cabo Nuno
Santana à primeira.