Salvaterra de Magos, 14 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga
Sentir Portugal. Sentir a nossa terra. Sentir a nossa
identidade. Somos um país pequeno, mas com gente grande. Unicamente, precisamos
de motivos – como os do último fim-de-semana – para nos sentirmos orgulhosos! Depois
de todas as alegrias vividas, só faltava o triunfo do Toureio a Cavalo à
Portuguesa para nos completar. E eis que apareceu António Ribeiro Telles!
A actuação do Maestro da Torrinha, com o toiro de Murteira
Grave – justo vencedor dos prémios bravura e apresentação do Concurso de
Ganadarias – fez-nos sentir ainda mais portugueses. O toiro teve várias
virtudes. Ao segundo comprido arrancou-se com prontidão para o cavalo, o que
voltou a fazer, mantendo um bom tranco até ao fim. Faltou-lhe apenas mais fijeza nos cites. Depois de apontar os
compridos no “Embuçado”, António apareceu montado no “Alcochete” para exaltar a
nossa história. Conhecedor dos terrenos e das distâncias que o toiro exigia, preparou
as sortes com critério, ligação, torería… e a actuação foi crescendo de
entusiasmo à medida que se acoplava, cada vez melhor, às investidas de “Pajaro
Azul”, ferrado com o n.º 16. O terceiro, quarto e quinto curto foram um deleite
para os aficionados. Para os portugueses! Duas voltas à arena premiaram a obra.
Com o Miura que abriu o Concurso, António Telles esteve
diligente; por outro lado, as actuações de Filipe Gonçalves e Francisco Palha ficaram
marcadas pela falta de consistência do toureio de ambos. No entanto, é justo
mencionar que Palha recebeu à gaiola, com mérito, o seu primeiro; e que
Gonçalves cravou um grande terceiro curto também no seu primeiro.
Resultado do Concurso de Ganadarias: Miura (reservado, sem
acusar o castigo); Palha (investiu sem humilhar e raspou); Veiga Teixeira (cumpriu,
com reservas); Grave (pronto e alegre, faltou fijeza nos cites); António Silva
(cumpriu, mas por vezes andarillo); Fernandes de Castro (manso, a negar-se à
peleja).