Lisboa, 18 de Maio 2017
Por: Catarina Bexiga
Estando, sem estar… A definição que encontro para a presença
do matador de toiros António Ferrera, que substituiu o anunciado Pablo Hermoso
de Mendoza, vítima de acidente, uns dias antes, na sua finca em Navarra, e que
o impossibilitou de abrir a Campanha Europeia na praça de toiros do Campo
Pequeno. António Ferrera apontou com o “saludo capotero” com que recebeu os
seus dois toiros. Mas só! Quem conhece Ferrera, conhece a sua disposição, os
recursos que tem com os toiros mais exigentes, e sabe do “gancho” que o estremenho
tem junto do grande público. Mas nem isso! Com as bandarilhas, longe do que é…
Depois o seu primeiro toiro de Manuel Veiga investiu com raça e som, e
sobretudo pelo pitón esquerdo investia largo e repetia com “prontitud”. Ferrera
demorou tempo a entendê-lo… O seu segundo investiu com mais temperamento, com o
decorrer da faena melhorou pela esquerda, e Ferrera andou mais centrado, mas sem
deslumbrar, sem estar ao seu verdadeiro nível. Há noites assim!
Os toiros de António Charrua (com peso, mas sem trapio para
a 1.ª praça de toiros da capital) são aquilo que os cavaleiros gostam, mas que
eu, como aficionada, não gosto! Porque a Festa vive de emoção… é a sua essência!
Moveram-se, colaboraram, mas sem “gota” de raça, autenticas tourinhas atrás dos
cavalos. As duas actuações de João Moura Jr. foram muito a “su” estilo.
Aproveitando as investidas dos Charruas, com ladeios e recortes por dentro para
gáudio de quem gosta do conceito. Depois institucionalizou os cites de largo e
cobrou os ferros. Algo repetitivo. Miguel Moura teve uma primeira actuação
desprovida de interesse; e uma segunda com mais conteúdo, mas sem surpreender.
Pelos Amadores de Lisboa, pegaram Pedro Maria Gomes à
primeira e João Varanda à segundo, a receber o toiro sozinho no centro da
arena. Pelos Amadores de Évora concretizaram António Alfacinha e João Pedro
Oliveira, ambos à primeira.