29 de Maio 2016
Por: Catarina Bexiga
Gostava de poder proclamar a palavra triunfal.
Gostava de poder escrever que duas das dinastias mais importantes que nasceram
em Portugal –Telles e Salgueiro – competiram pelo “trono”. Gostava de poder afirmar
que ambas elevaram o Toureio a Cavalo à portuguesa até ao céu. Gostava de poder
escrever que em Almeirim fez-se história… mas não posso.
A realidade foi outra…
João Salgueiro da Costa tornou-se cavaleiro de
alternativa com o n.º 27 de Murteira Grave, de nome Pataco, um toiro sério, que
se arrancou para o cavalo com alegria. Montado no Raposo, a actuação começou
com três compridos que fixaram a atenção do aficionado. De praça a praça, aguentou
a investida, cingiu-se, e cobrou de alto-a-baixo com impacto. O segundo
sensacional. Grande começo. Depois foi buscar
o Xacal, entrou ao toiro com decisão, mas o cavalo sentiu dificuldades em
vencer o pitón e a coisa não teve continuidade. Com o toiro que encerrou a
tarde, de curtos com o Filé Mignon, nada há a recordar e muito para reflectir…
Na segunda reaparição nas arenas em 2016, João
Salgueiro cumpriu o sonho de dar a alternativa ao filho. No entanto, em ambos do
seu lote, viu-se com um toureio demasiado limitado para quem escreveu um capítulo
no livro da história do Toureio a Cavalo no nosso país.
Melhor imagem deixou a família Ribeiro Telles.
António lidou com conhecimento e intencionalidade
os seus dois toiros (porque lidar é diferente de deambular na arena), todavia
com o Veneno no primeiro e com o Alcochete no segundo, só a espaços conseguiu
entusiasmar.
João Ribeiro
Telles Jr. andou mais consistente com o Ojeda no primeiro do que com o Equador
no segundo, porém foi o cavaleiro que mais empolgou as bancadas. É o que faz
ser jovem, ter praça, ser vibrante…
Díspar de apresentação, a corrida de Murteira Grave
revelou condições para se ver melhor toureio a cavalo. O quinto foi o que menos
gostei, mas houve toiros que investiram com transmissão para os cavalos.
Pelos Amadores de Santarém foram caras João Grave à
primeira tentativa, Lourenço Ribeiro à segunda, Luís Sepúlveda à terceira e
António Gois à primeira. Pelo grupo de Montemor-o-Novo foram solistas João
Romão à primeira, Francisco Borges à primeira, Manuel Dentinho à segunda e João
da Câmara também à primeira.
Foto: João Silva