Lisboa
19 de Maio 2016
Por: Catarina Bexiga
Passados 10 anos sobre a data da reinauguração
da praça de toiros do Campo Pequeno, a lotação das duas primeiras corridas da
temporada 2016 (cerca de meia entrada) reflecte uma realidade que a todos deve
preocupar. O desaparecimento do factor novidade e a ausência de cavaleiros “taquilleros”
estão a comprometer a gestão da arena da capital. Todavia, em noite de
comemoração valeu a maturidade de João Moura e António Telles…
Do curro de Vinhas sobressaíram dois toiros, o
primeiro e o sexto da função; para mim, melhor o último, com mais transmissão nas
investidas. Os restantes foram mais reservados, embora o Delegado Técnico mostrasse
o lenço azul (que premeia o ganadero) no quinto e depois no sexto da função.
João Moura teve uma primeira actuação para
recordar. Montado no Zinco, deu importância ao toureio fundamental, manteve o interesse
ferro a ferro, sempre em crescendo, e terminou com um grande curto. O público
da capital, pouco entendedor do que é o toureio em toda a sua dimensão, pouco
valorizou o labor do cavaleiro de Monforte. Foi preciso recorrer ao galope a
duas pistas para que o colectivo despertasse… Frente ao quarto, com um conceito
mais cambiado, os resultados também foram mais intervalados.
António Telles rubricou duas actuações plenas
de conhecimento. Com o segundo da noite, apostou no Dali, sentiu-se vibração no
seu toureio, e sobretudo dois curtos que fazem acreditar na nova montada. Com o
quinto, mais tarde que o anterior, coube ao Telles dar tudo de si. Preparou as
sortes primorosamente (chinês para o público da capital), e com o Alcochete houve
dois curtos de lei.
Rui Fernandes teve uma passagem demasiado
intermitente pela arena do Campo Pequeno, e inclusive com atitudes impróprias
para com o Delegado Técnico, Tiago Tavares, pelo facto de não lhe conceder
música durante a lide do último.
Para os dois grupos de forcados a noite veio de
menos a mais. Por Santarém pegaram Diogo Sepúlveda à quarta, Lourenço Ribeiro e
João Brito ambos à primeira, com duas grandes pegas. Pelo grupo de Lisboa
concretizaram Pedro Maria Gomes à quarta, Manuel Guerreiro à primeira e Pedro
Gil, outra grande pega, à segunda.