Coube ao Toiro o protagonismo. Aliás, é ele o Rei da Festa,
é ele que “tudo dá e tudo tira”, é ele que nos emociona e que nos apaixona. Sem
Toiro não há Festa! O curro de Pinto Barreiros – este sim, com apresentação para
uma Praça de primeira categoria – saiu rematado de carnes, mais aparatosos de córnea
o primeiro e o último, e com excelentes hechuras o terceiro e quarto. De
comportamento, foi um curro sério, que não permitiu triunfos “falsos”, que
impôs respeito… Os lidados em segundo e quinto lugar reuniram várias virtudes,
tiveram mobilidade e investiram com motor. Merecidamente, o ganadero Joaquim Alves
foi chamado à arena por duas ocasiões.
De toureio há pouco para recordar! Podem não querer ver.
Podem não querer escrever (para não serem incomodados pelas “clãs” dos
toureiros), mas a sorte de todos é que a falta de exigência que orienta o público
do Campo Pequeno, deixa-os em plano de conforto... mesmo com “quiebradas” e “garupadas”, há
musica e há voltas à arena!
Se na noite do passado dia 17 de Maio, elogiei a postura
exigente do DC Tiago Tavares, que não autorizou a volta à arena a António
Ribeiro Telles e a João Moura Caetano, e impediu que Pablo Hermoso de Mendoza
desse a segunda volta; reprovo o seu critério na noite de ontem. Afinal, os
lenços brancos foram criados com que objectivo? Ficámos na mesma…
Luís Rouxinol teve uma primeira actuação discreta, com um toiro
que investiu a choto, e com dois cavalos novos que não se encontram preparados
para este tipo de complicações. O quinto curto com o “Amoroso” (este sim, mais
toureado), resultou no seu melhor ferro. Depois, para o segundo do lote,
apostou no “Douro”, privilegiando mais o toureio de cercanias do que o toureio
fundamental.
A Filipe Gonçalves tocou o “toiromilhões”, o segundo e
quinto da tarde foram dois grandes toiros (premiados com lenço azul). O
primeiro, desperdiçou-o por completo e o segundo, em sortes a quiebro, deixou
os ferros…
Francisco Palha apontou uma meritória sorte de gaiola no seu
primeiro, mas não conseguiu manter o nível. A sua passagem por Lisboa ficou
marcada pela irregularidade dos resultados. Teve mais noção que o DC, e negou
dar as duas voltas à arena com que foi autorizado.
Disputaram o Concurso de Pegas três grupos. Pelos Amadores
do Ribatejo, pegaram Pedro Espinheira e João Espinheira, ambos à primeira tentativa.
Pelos Amadores da Chamusca concretizaram Bernardo Borges, tecnicamente perfeito
(para mim a pega da noite) e Francisco Borges, também ambos à primeira. Pelos Amadores
de Cascais foram solistas, Carlos Dias à segunda e Ventura Doroteia à primeira.
No fim, o júri entendeu dar o prémio para a Melhor Pega a Ventura Doroteia…
Foto: João Silva